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segunda-feira, 7 de outubro de 2019

LAM lança voos para Lisboa em falência técnica e acumulando biliões em taxas ...

As Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) responderam a promessa do Presidente Filipe Nyusi e vão reiniciar em Março de 2020 a ligação aérea entre a Cidade de Maputo e a capital portuguesa, Lisboa. É um investimento sem viabilidade conhecida e acontece numa altura em que a companhia de bandeira nacional continua em situação de falência técnica e incapaz de pagar sequer 3,4 biliões de Meticais que deve há vários anos em taxas aeroportuárias no nosso país.

Numa conferencia de imprensa realizada nesta segunda-feira (07) em Maputo as LAM tornaram realidade a decisão política tomada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, durante a visita de Estado que realizou a Portugal em Julho passado.

Sem nenhuma estratégia relacionada com a dinamização do turismo no nosso país ou integrada no popular destino turístico que tornou-se Portugal as Linhas Aéreas de Moçambique avançaram para este investimento, num montante que não quiseram revelar, “como resultado de mais voos entre as duas cidades conforme o apelo dos nossos compatriotas de voltar a reviver as suas viagens neste percurso sentindo em casa na companhia de bandeira do seu país”.

Adil Ginabay, o responsável de marketing das LAM, acrescentou que outros potenciais passageiros são “os amigos de Moçambique, entre portugueses e europeus, alguns dos quais nascidos cá ou que tiveram uma vivência por estes lados mas que por algum motivo estão a residir fora do país mas sempre aguardam por um momento para regressar para um momento de reencontro com as suas memórias e outras formas de turismo”.

De acordo com Ginabay para efectuar três voos semanais a companhia aérea vai alugar na modalidade de wet-lease um Airbus A340-300 com respectiva tripulação e pessoal de cabine a uma empresa portuguesa denominada Hi Fly.

LAM arrastam dívidas de 6 biliões apenas com Aeroportos e Petromoc

Contudo o @Verdade sabe que a companhia de bandeira moçambicana continua em situação de falência técnica, em que está mergulhada desde 2015, embora a direcção liderada por João Carlos Pó Jorge, nomeada em Julho de 2018, ainda não tenha publicado as Contas auditadas do último exercício financeiro.

Dois dos principais passivos das Linhas Aéreas de Moçambique são com as estatais Aeroportos de Moçambique (ADM) e Petróleos de Moçambique (Petromoc).

O @Verdade apurou, nas Contas auditadas de 2018 da ADM, que as LAM foram incapazes de amortizar um único metical da dívida que acumulam a vários anos relativas as taxas de aterragem e de passageiros que passou de 2,6 biliões em 2017 para 3,4 biliões no ano passado.

Relatório e Contas dos Aeroportos de Moçambique 2018

“O aumento da rubrica de Clientes aeronáuticos, respeita essencialmente a falta de pagamento do principal cliente da ADM, EP. Não obstante esforços efectuados pela ADM para persuadi-lo (LAM) de honrar os seus compromissos económicos, a companhia de bandeira nacional continuou no período em referencia sem efectuar pagamentos razoáveis à empresa, culminando em 2018 com o agravamento da dívida em cerca de 31 por cento, quando comparado com período homólogo de 2017”, afirma a Aeroportos de Moçambique no Relatório e Contas analisado pelo @Verdade.

À Petromoc a dívida ascende a 2,6 biliões de Meticais e é referente a vários anos de fornecimento de combustíveis e lubrificantes sem pagamento e só não está a aumentar porque a petrolífera estatal abandonou o segmento de combustíveis para aeronaves.



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