Confirmando que a crise em Moçambique ainda não está ultrapassada o Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou o Produto Interno Bruto (PIB) “do 3º trimestre de 2019 foi revisto em baixa em 0,32 pontos percentuais” influenciado por novo desempenho negativo do sector primário, particularmente o ramo da pesca. Para o PIB fechar o ano nos 2,5 por cento revistos pelo Governo de Filipe Nyusi no 4º trimestre a economia tem de crescer pelo menos 3,2 por cento.
As Contas Nacional publicadas nesta segunda-feira (02) desmentem os discursos triunfalistas do Presidente Filipe Nyusi que afirmou que “a nossa economia cresceu e a inflação baixou significativamente, em grande medida por causa do desempenho positivo do sector agrário”. O Produto Interno Bruto “do 3º trimestre de 2019 foi revisto em baixa em 0,32 pontos percentuais”, arrastado pelo sector primário que contraiu pelo segundo trimestre consecutivo.
“O desempenho da actividade económica no terceiro trimestre de 2019 é atribuído em primeiro lugar ao sector terciário que cresceu em 2,85 por cento, com maior destaque para os ramos de Transportes, Armazenagem, Actividades auxiliares dos transportes, Informação e Comunicações com um crescimento na ordem de 5,8 por cento e os ramos de Aluguer de Imóveis e Serviços prestados as empresas com 4,1 por cento”, refere o INE.
Contudo o @Verdade apurou que o sector terciário regrediu a sua contribuição para PIB comparativamente aos 3,5 por cento do 2º trimestre. Os ramos de Transportes, Armazenagem, Actividades auxiliares dos transportes, Informação e Comunicações que no 2º trimestre tinham subido para 6,7 por cento também desaceleraram. Os ramos de Aluguer de Imóveis e Serviços prestados continuaram a reduzir de 5 por cento no 1º trimestre para 4,7 por cento no 2º trimestre.
Recuperando do 0,5 por cento no 1º trimestre para 2,1 por cento no 2º trimestre o sector secundário manteve-se na segunda posição com “um crescimento de 2,28 por cento, induzido pelos ramos de Electricidade, Gás e Água com 3,7 por cento, coadjuvado pelo ramo de construção com um crescimento de cerca de 2,6 por cento. Por outra, o ramo de indústria Manufactureira cresceu em 1,3 por cento”, indica ainda as Contas Nacionais.
Os ramos de Electricidade, Gás e Água estão em franca recuperação depois dos -7,1 por cento e -2,9 por sendo dos dois trimestres anteriores. Já o ramo de indústria Manufactureira voltou a desacelerar depois de ter crescido de 2,9 por cento no 1º trimestre para 3,7 por cento no 2º trimestre.
Ramo da Pesca surpreende pela negativa no 3º trimestre
O sector primário parece continuar a registar os efeitos do Ciclone Idai após crescer 2,5 por cento no 1º trimestre caiu para -0,6 por cento no 2º trimestre, no 3º trimestre recuperou mas continua abaixo de 0 tendo registado “um decréscimo na ordem de -0,37 por cento, sendo que contribuíram para tal, os ramos da Indústria Extractiva e Mineira com -3,7 por cento e o ramo da Pesca com -2,2 por cento. Entretanto, os ramos da Agricultura, Pecuária, Caça, Silvicultura, Exploração florestal e Actividades relacionadas registaram um crescimento na ordem de 0,97 por cento”, revelam a Contas Nacionais do 3º trimestre.
O fraco desempenho no sector do carvão reduziu ainda mais o crescimento dos ramos Indústria Extractiva e Mineira que de 2 por cento no 1º trimestre havia caído para -3,5 por cento no 2º trimestre.
Os ramos da Agricultura, Pecuária, Caça, Silvicultura, Exploração florestal e Actividades, continuando a reflectir o impacto do Ciclone Idai e da fraca produção de cereais melhorou comparativamente aos 0,05 por cento do 2º trimestre porém ainda abaixo do potencial que no 1º trimestre chegou aos 2,6 por cento.
O ramo da Pesca é que é a grande surpresa neste trimestre pois parecia não ter sofrido o impacto das Calamidades Naturais tendo registado 2,1 por cento no 2º trimestre, depois dos 3,8 por cento do 1º trimestre.
De acordo com as Contas Nacional o ramo da Agricultura, Pecuária, Caça, Silvicultura, Exploração florestal, Actividades relacionadas e Pesca continua a ter maior participação na economia, “com um peso no PIB de 22,3 por cento, seguidos dos ramos Transportes, Armazenagem e Actividades auxiliares dos transportes, e Informação e Comunicações com contribuição conjunta de 11,1 por cento”.
“Ocupa o terceiro lugar o ramo da Industria de extracção mineira com 7,9 por cento, seguido do ramo de Comércio e Serviços de Reparação com um peso de 6,6 por cento. O ramo da Industria de extracção mineira com um peso de 5,25 por cento, Administração Pública, Educação, Aluguer de Imóveis e Serviços prestados as empresas e Pesca e Aquacultura com pesos de 8,2 por cento, 6.1%, 5,22 por cento e 1,4 por cento, respectivamente. Os restantes ramos de actividade tiveram em conjunto um peso de 25,9 por cento”, concluiu o INE.
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