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quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Nyusi elimina taxa para novas ligações eléctricas, mas Moçambique não tem energia para procura

Foto da Presidencia da RepúblicaDurante o discurso vazio e pouco inspirador de investidura para o seu 2º mandato como Presidente da República, Filipe Nyusi anunciou a eliminação da “taxa cobrada para os requerentes de novas ligações” eléctricas. Mas o @Verdade apurou que Moçambique não tem energia suficiente para responder à procura nacional.

“Para eliminar barreiras do poder das famílias ao acesso à energia eléctrica, o meu governo irá eliminar a taxa cobrada para os requerentes de novas ligações. Esta medida acontecerá ainda este ano”, anunciou Nyusi nesta quarta-feira (15) na Praça da Independência.

Trata-se de uma taxa que varia entre 3.501 meticais, para contratos de Baixa Tensão monofásicos, ou 5.588 meticais, para trifásico, e que aumenta em função da potencia que o cliente contrata.

Esta decisão populista, a única possível nesta altura, enquadra-se no Programa Energia Para Todos, lançado em 2019, que tem como principal objectivo levar electricidade para todos moçambicanos até 2030.

Actualmente cerca de 2 milhões de famílias são clientes da Electricidade de Moçambique (EDM) e a meta é crescer para 5,5 milhões de clientes fazendo 600 mil novas ligações anuais, comparativamente as 100 mil realizadas.

Mas o problema é que: “Actualmente, Moçambique não tem capacidade suficiente de geração para responder à procura nacional e regional”, apurou o @Verdade na Estratégia da EDM 2018 -2028.

O documento indica que “O défice entre a procura e o fornecimento aumentará até 2022, devido ao número de ligações por ano (clientes residenciais) para cumprir as metas intermédias contidas na Estratégia Nacional de Electrificação. Cahora Bassa é a principal fonte de geração de electricidade em Moçambique, com uma capacidade instalada de 2.075MW, dos quais 1.500MW estão comprometidos para com a ESKOM, na África do Sul, através de um acordo de longo prazo que termina em 2029”.



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