Entre domingo (24) e segunda-feira (25) o Ministério da Saúde testou mais 331 casos suspeitos da pandemia que dilacera o planeta, 15 revelaram-se positivos, “todos de nacionalidade moçambicana, cinco são assintomáticos e os restantes dez apresentam-se com sintomatologia leve a moderada”.
Um rapariga na faixa etária de 5-14 anos de idade foi diagnosticada na Sede do Distrito de Palma, na Província de Cabo Delgado, e de acordo com o Ministério da Saúde é contacto de um caso positivo previamente existente.
Ainda na província que é o epicentro da covid-19 foram identificados, na Cidade de Pemba, dois rapazes cujas fontes de infecção não foram determinadas, um na faixa etária de 5-14 anos e outro na faixa etária de 15-24 anos de idade, e também uma rapariga na faixa etária de 5-14 anos de idade, que é contacto de um caso positivo previamente existente na capital provincial.
No Distrito de Changara, na Província de Tete, foi diagnosticada uma rapariga na faixa etária de 15-24 anos de idade, cuja fonte de infecção não foi determinada.
Na Cidade da Beira, na Província de Sofala, foram identificados dois novos doentes uma rapariga na faixa etária de 15-24 anos de idade e um menino na faixa etária de 5-14 anos de idade, infectados de fonte desconhecida.
No Distrito de Mandlakaze, na Província de Gaza, testou positivo uma ancião com mais 60 anos de idade e um rapaz na faixa etária de 15-24 anos de idade, ambos contacto de um cidadão regressado da África de Sul infectado com o novo coronavírus.
Na Cidade da Matola, na Província de Maputo, foi diagnosticada outra criança, menor de 5 anos, do sexo masculino, e a fonte da sua infecção não foi determinada.
Na Cidade de Maputo foram identificados dois novos doentes, um menino menor de 5 anos e um rapaz na faixa etária dos 15-24 anos. As autoridades de Saúde não conseguiram determinar, ainda, a fonte das suas infecções.
Transmissão comunitária está a acontecer e explosão da covid-19 está iminente em Moçambique
A Directora Nacional de Saúde clarificou que o menino “era seguido nos serviços de saúde, em Nampula, por doenças concomitantes. O seu último internamento foi há cerca de 3 meses. A mesma apresentou-se no dia 20 de Maio deste ano para controlo e durante a visita, os profissionais de saúde detectaram a presença de febre e tosse e por isso foi colhida a amostra para testagem de possível covid-19”.
O @Verdade apurou que uma das “doenças concomitantes” do finando era a desnutrição crónica que compeli-o a visitar regularmente o centro de saúde na Cidade de Nampula onde a amostra foi colhida mas só chegou ao Instituto Nacional de Saúde no fim da sexta-feira (22).
Embora a investigação epidemiológica ao primeiro óbito em Moçambique só tenha iniciado hoje as autoridades de saúde não tem dúvidas que a infecção foi contraída num dos populosos bairros suburbanos da Cidade de Nampula, onde o rapaz residiu com a família.
Aliás, para além das três crianças anunciadas nesta segunda-feira (25), os primeiros casos diagnosticados na capital da província mais populosa de Moçambique, no domingo (24), duas são crianças e a terceira uma jovem na faixa etária de 25-34 anos de idade, e são todos cadeias de transmissão independentes.
Ademais, no dia em que o número de casos cumulativos ascendeu a 209, dos quais 183 de transmissão local e 26 casos importados, foi revelada a existência de dois profissionais de saúde previamente infectados pelo novo coronavírus na Província de Cabo Delgado. De acordo com a Directora Provincial dos Assuntos Sociais, Anastácia Lidimba, o caso mais recente é de uma profissional que está na Cidade de Pemba e existe um anterior que trabalha no hospital do Distrito de Palma. As autoridades de saúde pretendem testar os cerca de 5 mil profissionais de saúde da província.
Uma autoridade de saúde notou que além dos bairros suburbanos da Cidade de Nampula o novo coronavírus já está a ser transmitido nos bairros mais populosos das cidades da Beira e de Maputo, a maior parte dos casos positivos é de moçambicanos das classes sociais mais baixas, que residem em habitações precárias, com condições de saneamento quase inexistentes e limitado acesso a água para a higiene básica.
Com o dobro dos casos positivos que existiam há duas semanas é evidente que transmissão comunitária está a acontecer em Moçambique e a explosão da covid-19 está iminente quando faltam 4 dias para terminar o 2º mês do Estado de Emergência.
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