O contributo da Gapi e seus parceiros para reduzir a importação de arroz, com mais e melhor produção local, foi louvado pelo Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, ao visitar na tarde da passada sexta feira a fábrica de Nicoadala, na Zambézia.
Durante a visita, o gerente da fábrica informou ao governante que a reabilitação e relançamento daquela fábrica é uma das actividades da Gapi, no âmbito dos seus programas de reforço de negócios que contribuam para a segurança alimentar e melhoria dos rendimentos dos produtores.
Desde 2013 que aquela fábrica, então pertencente à Empresa Orizícola da Zambézia (EOZ), a pedido dos financiadores daquela unidade fabril, designadamente a Embaixada da Holanda e a Delegação da União Europeia, ficou sob a gestão da Gapi, que salvou aqueles activos industriais de um processo de liquidação e desmantelamento por falência.
Actualmente, a fábrica de Nicoadala é a única unidade industrial operacional no processamento de arroz na região. A Gapi interveio procedendo ao saneamento financeiro e à recuperação de equipamentos e criou a empresa “Impere” especializada na comercialização do arroz.
Durante a visita a esta unidade fabril de Nicoadala, Celso Correia constatou que a fábrica já começou a processar arroz da actual campanha de comercialização e que tem no seu plano absorver pelo menos 550 toneladas de arroz, produzido localmente.
O gerente da fábrica, Gervásio Mendonça, que é um técnico da Gapi, informou que os maiores problemas para assegurar a sustentabilidade comercial da fábrica são a qualidade da matéria prima e o custo da energia cobrado pela EDM.
Celso Correia interpelou o gerente sobre a capacidade de a fábrica poder absorver e processar quantidades de arroz, em casca, acima de 10 vezes das actuais, tendo sido esclarecido que a capacidade existe, mas que é preciso assegurar-se melhor qualidade e quantidade de matéria prima, bem como capacidade financeira para comprar e comercializar esse arroz.
O gestor Gervásio Mendonça esclareceu, ainda, que o saneamento, reabilitação e relançamento comercial da fábrica de Nicoadala têm estado inteiramente e apenas nas mãos do esforço técnico e financeiro da Gapi, embora no início tenha tido apoio da Embaixada da Holanda: “Agora, mesmo sem apoios, continuamos a comprar e a processar arroz dos pequenos produtores”.
O Ministro Celso Correia virou-se para a comitiva e disse: “Não entendo como a fábrica de Namacurra, propriedade do Estado, não funciona”.
Os resultados da intervenção da Gapi, no relançamento da cadeia de valor do arroz e recuperação desta unidade agroindustrial, atraíram a atenção de outras instituições como a AGRA, com a qual se iniciou em 2019 o programa Moz-Arroz, abrangendo cinco distritos da Zambézia. Também a Agência de Desenvolvimento do Vale do Zambeze associou-se recentemente à Gapi, para lançar uma linha de crédito de financiamento à cadeia de valor de arroz designada LIFINCA.
No programa Moz-Arroz a Gapi, em parceria com o Governo, AGRA e AFAP estão a estruturar a cadeia de valor do arroz com foco no acesso ao mercado. No modelo adoptado neste programa, introduziu-se a figura de “agente baseado na aldeia” que assegura o fornecimento de insumos aos produtores e a colecta da produção, para centros de agregação e posterior fornecimento aos processadores.
“Estas parcerias são o reconhecimento do nosso esforço, para reabilitar esta fábrica e a cadeia de valor do arroz em favor dos que produzem. Mas é triste, muito triste, que pessoas que nunca produziram nada e foram responsáveis pelos desvios de dinheiros e falência da anterior Empresa Orizícola da Zambézia tenham publicado anúncios nos jornais, caluniando o que a Gapi fez”, comentou Gervásio Mendonça à margem desta visita.
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