Pesquisar neste blogue

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

SELO: As duas grandes versões à volta do vendaval - Por Basílio Macaringue

Hoje vamos reflectir à volta de um evento natural tratado de diferentes modos no seio da sociedade, particularmente, no contexto da zona sul de Moçambique. Trata-se de vendaval, fenómeno este que assola, especialmente, as famílias moçambicanas, devido a três (3) grandes razões, nomeadamente: a exposição ao risco, a deficiente capacidade de adaptação face à materialização do fenómeno e a deficiente capacidade de reposição. Assim sendo, com o seu decorrer observamos perdas de vidas humanas e de bens materiais, incluindo de infra-estruturas sociais.

A história revela que a ocorrência de sismos vem sendo considerada como uma movimentação de uma certa serpente invisível que apresenta sete (7) cabeças, designada “Mwa Mulambo”. Comentários ainda salientam que nas zonas rurais esta espécie é tão temida que até o próprio nome não se permite pronunciar, devendo-se dizer simplesmente “Nkulu Wa Mhunu”, quando do mesmo se estiver referindo.

Conta ainda a historia que tal espécie efectua dois movimentos, um de ida e um de retorno. Quando isto acontece, de acordo com os relatos, significa que tal serpente saiu à busca da sua companheira.

Avancemos à reflexão… assume-se que seja uma espécie invisível e composta por sete (7) cabeças e que sai à busca da sua companheira, de acordo com relatos de terceiros. Afinal de contas, quem já a viu? Esta é a pergunta chave, não é a única. Portanto, hoje vamos reflectir em volta deste episódio, procurando explorá-lo de forma mais lógica possível. Na verdade, estamos aqui perante um fenómeno que, pela deficiente capacidade de explicá-lo racionalmente, as sociedades mais remotas inventaram uma dada abordagem sem alguma base sólida ou lógica, sendo sustentado apenas por uma dada crença local. Esta história foi sendo transmitida de geração para geração, pois todo Homem é fruto do meio social em que se encontra inserido. Mas a ciência torna-a numa abordagem puramente inválida.

Observemos o lado lógico deste episódio… o planeta terra sempre esteve vulnerável à diversos eventos extremos, alguns dos quais contribuíram para a extinção em massa de espécies como dinossauros, dragões, etc. A partir do século XVIII o mundo assisti um novo episódio, oriundo do processo de desenvolvimento industrial. Daí surgem: a explosão demográfica (super crescimento populacional), as urbanizações, a exploração excessiva dos recursos naturais, a aceleração do processo de mudanças climáticas, etc.

Vamos nos distanciar dos demais resultados e dar um olhar profundo ao processo de mudanças climáticas. Ao falar de mudanças climáticas, nos referimos ao processo de alteração do clima na escala planetária e, em consequência, aumenta o índice de ocorrências de eventos extremos (sismos, ciclones, terramotos, maremotos, inundações, secas prolongadas, etc.), prevalência de doenças respiratórias, derretimento do gelo nas zonas polares e consequente saliniização das águas dos rios, etc.

Diante desta abordagem, devemos, obviamente, assumir que o episódio antigamente designado “Mwa Mulambo”, é na verdade um fenómeno natural. Este fenómeno recebe diferentes designações devido à factores como a sua zona de origem, a sua intensidade, a área afectada, etc.

No entanto, encontramos aqui a necessidade de obedecer os critérios técnicos adequados para erguer qualquer infra-estrutura social, o que poderá reduzir a nossa vulnerabilidade face à materialização deste fenómeno e precisa-se, também, aumentar a capacidade de difusão da informação referente à este assunto, especialmente, nas zonas mais recônditas.

Por Basílio Macaringue



via @Verdade - Últimas https://ift.tt/2KRD5m1

Related Posts by Categories



0 comments:

Enviar um comentário