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domingo, 3 de março de 2019

Nyusi aumenta electricidade pela 4ª vez em Moçambique, mas desta vez só para os seus ...

Grafismo de Nuno TeixeiraPela quarta vez Filipe Nyusi aumentou o preço da energia eléctrica em Moçambique, paradoxalmente o aumento que vigora desde o passado dia 1 de Março só afecta aos seus “patrões”, são mais 21 por cento na factura do povo e nenhum aumento para as grandes empresas e mega projectos. Desde que tornou-se Presidente o auto intitulado nosso “empregado” já aumentou este serviço básico mais de 125 por cento.

Este aumento, previsto pelo @Verdade como o primeiro desafio do recém empossado Presidente do Conselho de Administração da Electricidade de Moçambique (EDM), Aly Sicola Impija, aconteceu sem nenhuma informação prévia para o povo porém vários factores tornavam-no numa inevitabilidade como Filipe Nyusi deixou claro no seu Estado da Nação “estável”.

“Não podíamos manter, por exemplo, o custo da energia de uma maneira infinita senão depois seria ingovernável o sistema. Ninguém pode ser alfaiate que compre o tecido por 100, depois a linha e todas as despesa somem 200 e depois vender eternamente a camisa por 120, não há de ser possível e não é essa governação que optamos por fazer”, disse o Chefe de Estado na Assembleia da República em Dezembro passado.

Diga-se que este era o único preço básico que não foi revisto em alta no ano passado mas acontece numa altura em que os moçambicanos ainda não recuperaram o poder de compra perdido desde a descoberta das dívidas ilegais.

O paradoxo é que o aumento, tornado público apenas num pequeno anúncio no diário estatal, é só para os “empregados” de Filipe Nyusi.

Os clientes do pós-pago da EDM vão pagar mais 21 por cento em cada uma das 3 categorias em função da quantidade de quilowatt/hora (kWh) que consumirem.

Na categoria de 0 a 300 kWh a tarifa doméstica passa de 5,46 meticais para 6,63 meticais; a tarifa agrícola aumenta de 3,40 para 4,08 meticais; a tarifa geral passa dos 8,24 para 10,30 meticais.

Para os consumos entre 301 a 500 kWh a tarifa doméstica subiu de 7,73 para 9,39 meticais; a tarifa agrícola passa de 4,84 para 5,81 meticais; e a tarifa geral aumenta de 11,77 para 14,71 meticais.

Os clientes que consumirem acima de 500 kWh irão pagar 9,85 meticais, contra os anteriores 8,11, na tarifa doméstica; 6,36 meticais na tarifa agrícola dos anteriores 5,30; e 16,10 meticais na tarifa geral dos anteriores 12,88 meticais.

Importa no entanto notar que os clientes do pós-pago da EDM estão sujeitos a uma taxa fixa que foi agravada em 25 por cento, de 205,70 meticais terão agora de pagar 257,97 meticais.

Os clientes pré-pagos da EDM, vulgarmente conhecida como Credelec, tiveram aumento em percentagem similar passando o custo quilowatt/hora na tarifa doméstica a custar 8,44 meticais, antes era 6,95; na tarifa agrícola 5,65 meticais, antes custava 4,71; e a tarifa geral subiu para 14,75 meticais, dos anteriores 11,80.

Desde 2015 registou-se uma variação do custo quilowatt/hora em 125 por cento só para o povo

Entretanto o @Verdade apurou que as grandes empresas e os megaprojectos, que são os grandes consumidores de Baixa Tensão, Média Tensão, Média Tensão Agricola, e Alta Tensão vão continuar a pagar as mesmas tarifas de 2017 numa decisão que o @Verdade entende estar relacionada com a tentativa do Governo minimizar o impacto destes aumentos na inflação.

É que o preço da energia tem influência directa nos custos de produção que quase todos os sectores e a sua revisão em alta certamente irá originar a inflação de quase todos os produtos e serviços. Aliás o @Verdade perguntou ao Banco de Moçambique se o Relatório de Conjuntura Económica e Perspectivas de Inflação de Fevereiro de 2019, que prevê um crescimento da inflação até os 6 a 7 por cento, teria levando em conta o aumento do custo da energia para o povo. Nenhuma resposta foi obtida.

Economista explicaram ao @Verdade que a manutenção do preço da energia durante o ano de 2018 influenciou negativamente não só nas contas da Electricidade de Moçambique mas também no desempenho do sector que registou 0 por cento de contribuição para o Produto Interno bruto, relativamente a uma expectativa de 7 por cento.

Grafismo de Nuno Teixeira

Contas feitas pelo @Verdade indicam que com o 4º agravamento do preço da energia desde 2015 registou-se uma variação do custo quilowatt/hora em 125 por cento e da taxa fixa de electricidade em 137 por cento para o povo moçambicano.

Sustentabilidade do preço minada pelos fornecedores privados de energia e dívidas

O @Verdade tentou saber da EDM, sempre solícita para apresentar desculpas pelo mau serviço que presta ao povo, se com este aumento pelo menos a sustentabilidade da empresa já estaria alcançada no entanto até ao fecho desta edição nenhuma resposta foi obtida.

Recorde-se que em 2018 o Administrador Financeiro da eléctrica nacional, Noel Govene, revelou ao @Verdade que a empresa estava “numa tarifa média de 8 cêntimos por Kwh, para um custo de 10 cêntimos, portanto matematicamente sabemos que 8 não pode cobrir 10 e para a sustentabilidade financeira de qualquer negócio é importante que o que nós facturamos consiga cobrir estes custos”.

A EDM admitiu ainda que embora Cahora-Bassa seja “nossa” desde 2007 a EDM apenas pode adquirir 25 por cento da energia que a Hidroléctrica produz pois a restante é vendida preferencialmente a África do Sul e por isso a Electricidade de Moçambique completa as necessidade energéticas dos moçambicanos através da compra a produtores privados que vendem a energia a preços que são mais do que o triplo do que é cobrado pela HCB.

Além disso existem outras ineficiências da Electricidade de Moçambique como é o passivo acumulado por centenas de instituições do Estado, particularmente o Exército e Polícia, que não pagam as suas facturas há vários anos e em 2018 deviam pelo menos 8,3 milhões de meticais, a Rádio Moçambique que não paga os 37,3 milhões de meticais que deve e até mesmo a Mpesa tem a pagar a EDM 297,6 milhões de meticais, de acordo com as Demonstrações Financeiras do exercício de 2017.



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