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terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Nyusi diz que “Estado moçambicano tem incrementado consideravelmente na última década o ...

O Presidente da República, Filipe Nyusi, afirmou nesta segunda-feira (02) que o “Estado moçambicano tem incrementado consideravelmente na última década o volume de recursos em Saúde” contudo o Hospital Central de Moçambique (HCM) revelou que o seu “orçamento vem conhecendo uma redução significativa nos últimos quatro anos” e que em 2019 recebeu dos cofres do Estado 1,8 bilião de meticais “correspondente a 50 por cento do que seria necessário para o seu pleno funcionamento” estando a funcionar com défice de 1.300 enfermeiros. Aos credores da EMATUM o Governo pagou 2,4 biliões de meticais.

“O Estado moçambicano tem incrementado consideravelmente na última década o volume de recursos em Saúde tendo dedicado cerca de 11,5 por cento do orçamento de estado em 2019, uma cifra que temos a consciência que é muito menor mas que reflete a realidade económica do país e é maior que os outros todos (orçamentos)”, declarou Nyusi em Kigali, no Ruanda.

Intervindo na XX Conferência Internacional sobre Sida e Infecções de Transmissão Sexual em África o Chefe de Estado referiu que “nos últimos 10 anos o efectivo de técnicos de saúde conheceu um crescimento correspondente a 81 por cento, no mesmo período o efectivo de médicos aumentou, o número pode parecer insignificante mas é importante referir, de 796 em 2009 para 2.463 em 2018 permitindo que tenhamos médicos em todos os distritos do país e alguns localidades, um realidade nunca vivida no passado”.

“Como Governo responsável pelo bem estar e melhoria da qualidade de vida da população continuaremos a investir fortemente na capacidade assistencial de saúde como prioridade do Governo e como Direito Universal conforme a nossa lei mãe”, prometeu Filipe Nyusi que foi reeleito para um 2º mandato como Presidente de Moçambique.

Contudo o Hospital Central de Moçambique, revelou que “orçamento vem conhecendo uma redução significativa nos últimos quatro anos”, além disso “O HCM recebeu dos cofres do Estado para o presente ano, uma verba de *1.757.061,20 x 10^3Mt* correspondente a 50 por cento do que seria necessário para o seu pleno funcionamento o que comprometeu as metas previstas no seu plano de actividades para o corrente ano”, pode-se ler na edição nº 11 do Boletim Informativo daquela que é a maior unidade sanitária do país.

HCM funciona com défice de 1.300 enfermeiros por falta de fundos mas Governo paga credores da EMATUM

“O Hospital Central de Maputo, continua a ressentir- se da falta de pessoal da área específica, com a enfermagem a registar maior défice. Só para se ter uma ideia clara, existem nesta unidade hospitalar apenas 700 enfermeiros dos 2000 que seriam necessários nas diferentes enfermarias para garantir serviços plenos para um universo de cerca de 900 pacientes/ dia. Como forma de suprir o défice, o hospital tem estado a recorrer pela contratação de enfermeiros para garantir cuidados de saúde a altura das necessidades demandadas pela população. No entanto e apesar das restrições orçamentais impostas pela crise financeira, a instituição ainda conseguiu nomear para o quadro alguns funcionários da área específica e garantir a promoção e progressão de outros”, pode-se ler ainda na publicação de Dezembro.

As revelações foram feitas durante a 2ª reunião geral ordinária dos trabalhadores do HCM onde o director da instituição, Mouzinho Saíde, explicou que: “Não obstante esta redução, o maior e mais diferenciado hospital do país, registou avanços qualitativos cuja prioridade, continuou a ser a aquisição de medicamentos, reagentes, consumíveis e alguns equipamentos para garantir a provisão de cuidados de saúde à altura das necessidades da população”.

A publicação oficial do HCM não indica qual é o défice de médicos mas tendo em conta que existem apenas 2.473, entre nacionais e estrangeiros, um médico está para cerca de 12 mil moçambicanos.

O @Verdade revelou recentemente que no Orçamento do Estado de 2019 o Governo de Filipe Nyusi cortou 3,7 biliões meticais na rubrica de “Bens e Serviços” do Ministério da Saúde.

Paradoxalmente do mesmo Orçamento o Executivo retirou 2,4 biliões de meticais para pagar aos credores da Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM) apenas por terem aceite renegociar a dívida que é inconstitucional e ilegal.



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