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segunda-feira, 23 de março de 2020

Moçambique regista apenas dez casos suspeitos de covid-19 por dia

Foto de Adérito CaldeiraConfrontados com a incapacidade de Moçambique cumprir a recomendação da OMS de “testar, testar e testar” todos casos suspeitos do novo coronavírus as autoridades de Saúde esclareceram ao @Verdade que “neste momento não se justificar a testagem porque de facto estamos com uma incidência extremamente baixa”. Embora o nosso país tenha disponível menos de 2.500 kits de reagentes e só consiga realizar um máximo de 300 testes o director-geral adjunto do Instituto Nacional de Saúde precisou que “a nossa demanda do ponto de vista de suspeitos é de dez por dia”.

As autoridade de Saúde de Moçambique discordam do director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), há cerca de uma semana Tedros Adhanom Ghebreyesus recomendou: “testar, testar e testar. Se o resultado for positivo isolar e descobrir com quem o doente esteve em contacto até dois dias anteriores a descoberta dos primeiros sintomas e testar essas pessoas também”.

Questionado pelo @Verdade sobre as razões porque Moçambique até agora só testou 55 casos suspeitos de infecções pelo covid-19 dos 338.978 viajantes rastreados desde Janeiro o director-geral adjunto do Instituto Nacional de Saúde, Eduardo Samo Gudo, esclareceu: “Segundo as recomendações, protocolos e as diretrizes da Organização Mundial da Saúde nós devemos testar os indivíduos que nós chamamos definição de caso”.

“Os critérios são um indivíduo que regressou de um países onde foram registados casos e desenvolve algum sintoma antes de terminar os 14 dias da quarentena; um indivíduo que teve contacto com um outro confirmado e que teve sintomas antes de terminas os 14 dias da sua quarentena; ou ainda indivíduos que tem distress respiratório ou situação grave que acomete os pulmões e cuja etiologia não é evidente”, precisou o Dr. Samo Gudo.

De acordo com o responsável da única instituição que realiza teste de covid-19 aprovados pela OMS, “não há necessidade” de testar mais viajantes e explicou a confusão de terminologia que grassa na opinião pública: “Os indivíduos que regressam de países afectados (pelo covid-19) e que estão de quarentena (domiciliar) eles não são suspeitos de coronavírus, estão em quarentena porque estão a cumprir uma recomendação para evitar que caso desenvolvimento de sintomas não transmitam a ninguém, mas são suspeitos. Ele só será suspeito quando tiver febre, tosse, dificuldade respiratória ou outro sintoma sugestivo de coronavírus”.

O Dr. Samo Gudo foi secundado pela Directora Nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene, que esclareceu em conferencia de imprensa: “Nós estamos a fazer todos os possíveis para aumentar o número de testes e obviamente que existem recomendações e protocolos que são adequados a medida em que a situação evolui, quando a evolução da nossa pandemia impor que se teste o maior número de pessoas possível faremos mas neste momento não se justificar a testagem porque de facto estamos com uma incidência extremamente baixa e nem a OMS recomenda”.



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