Um agente da Força de Intervenção Rápida (FIR) disparou pelas costas, na noite da última quarta-feira, contra um jovem de apenas 22 anos de idade, no bairro da Manga, na cidade da Beira, tendo este minutos depois perdido a vida. Não se sabe ao certo o que teria motivado a acção do polícia, que na companhia de outros dois agentes patrulhavam aquela área. Testemunhas contaram à nossa reportagem que tudo começou em torno de uma mota.
O finado, que em vida respondia pelo nome de Manuel Domingos, pedira boleia a um amigo, que fez questão de lhe ir buscar na sua casa. Na hora de partida, foram interpelados pelos agentes em causa, que exigiram documentação dos mesmos e da respectiva mota. Como a mota não tinha iluminação, exigiram que a mesma fosse encaminhada para a esquadra mais próxima. Manuel Domingos tentou sair em defesa do seu amigo ao sentir-se culpado. Um dos agentes, por sinal o autor do tiro fatal, que aparentemente estava embriagado, segundo testemunhas, não gostou e agrediu o jovem. Manuel Domingos, ao pedir explicação da atitude do agente da FIR, foi de novo agredido e caiu. Ao levantar, saiu a correr, alegando que ia pedir socorro a um parente na sua casa. O polícia em causa pegou na sua arma e disparou contra o jovem, tendo-o atingido nas costas e na região do abdómen. A vítima caiu para nunca mais levantar.
Luís Nhama, tio da vítima do policial, contou à nossa reportagem que ouviu o tiro e, assustado, saiu de casa para perceber a razão do mesmo. "Cheguei até a pensar que a polícia estava atrás de um ladrão. Ao abrir a porta, deparo-me com uma pessoa estatelada no quintal e os vizinhos a chamar por ele. Afinal era o meu sobrinho. Reparei para o portão e vi um agente da FIR de arma na mão e em posição para abrir fogo. Aproximei e notei que estava embriagado. Quando ele fechou, por instantes, a vista rasteirei-o. Arranquei-lhe a arma e disparei um tiro para libertar a bala que estava na câmara. De seguida, desmontei o carregador e devolvi-lhe a arma. Não sabia que o meu sobrinho tinha sido gravemente ferido. Pensei que fosse apenas numa perna, porque, se soubesse, teria deixado os meus vizinhos e outras pessoas que passavam pela rua agredir o polícia tal como pretendiam. Este polícia não merece estar nas fileiras da corporação. Levámos o meu sobrinho para hospital, onde veio a falecer".
0 comments:
Enviar um comentário