Comemorou-se este sábado, 16 de Junho, o Dia Internacional dos Trabalhadores Domésticos. Em Moçambique o Sindicato Nacional dos Empregados Domésticos (SINED) organizou uma série de eventos para assinalar à efeméride mas não pôde realizar uma marcha pacífica pela capital do país pois o Conselho Municipal da Cidade de Maputo não autorizou a marcha que estava programada.
Na manhã deste sábado, dezenas de mulheres filiadas ao SINED e não só, como forma de dar início a estas festividades, fizeram a simbólica deposição de uma coroa de flores na Praça dos Heróis Moçambicanos, cidade de Maputo.
Relativamente a passagem desta data consagrada aos empregados domésticos, aquele sindicato tinha na sua agenda, como pano de fundo, realizar uma marcha pacífica pelas artérias da cidade de Maputo, concretamente desta a sua sede nesta urbe até a Praça dos Trabalhadores, na baixa da cidade. Segundo a secretária-geral do Sindicato Nacional dos Empregados Domésticos, Maria Joaquim, a realização da marcha seria um pretexto para mostrar a sociedade o quanto os seus trabalhos são importantes e, aproveitar a ocasião para manifestar as suas preocupações e dificuldades que encaram no dia-a-dia de trabalho.
A tal manifestação pacífica, acrescenta Maria Joaquim, não aconteceu porque a carta expressando o pedido de autorização da marcha enviada há duas semanas ao Conselho Municipal de Maputo, não foi respondida, não se sabendo as reais razões desse indeferimento. "Eles sempre diziam que o edil David Simango ia fazer o diferimento, insistimos na resposta, mas debalde. Só nesta sexta-feira (15) soubemos que a nossa agendada marcha não estava autorizada e, por isso não podia acontecer".
Porque "não é com a morte de uma andorinha que acaba a Primavera", no prosseguimento da celebração da efeméride, as senhoras (entenda-se empregadas domésticas) deixaram a Praça dos Heróis para escalarem a Escola Sindical da Organização dos Trabalhadores de Moçambique, algures na cidade da Matola, local que acolhe as cerimónias centrais do evento.
Um trabalho sinuoso
A secretária-geral do Sindicato Nacional dos Empregados Domésticos, disse que são vários os problemas por que passam os trabalhadores desta área, nomeadamente, baixos salários, excesso de carga horária, falta de meios de protecção em determinadas actividades, o recorrente desprezo ou humilhação por parte dos patrões, falta de contratos de trabalho, entre outros.
Entretanto, Maria Joaquim, afirmou que com a criação deste sindicato se pretende despertar a consciência da sociedade no geral, relativamente ao importante trabalho feito pelos empregados domésticos. "Precisamos fazer reconhecer que nós também somos trabalhadores como tantos outros, queremos também um salário digno e justo, o respeito pela carga horária, pois não raras vezes, os empregados domésticos trabalham dia e noite e sem direito à feriado", ajunta.
Refira-se que o Sindicato Nacional dos Empregados Domésticos (SINED), maioritariamente composto por mulheres, existe desde o ano 2008 e neste momento conta com três representações, nas províncias de Maputo, Inhambane e Tete. A ideia é abranger todas as capitais províncias do país.
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