Uma idosa de nome Vilela Pahuleque, que aparenta 80 anos de idade, residente na cidade de Nampula, clama por ajuda para ter o que comer. Desamparada, ela é acusada de ser feiticeira pela família e pelos moradores do bairro de Namutequeliua.
A triste história começa quando a irmã acusou a idosa de ser feiticeira, tendo sido obrigada a fazer um juramento diante de um médico tradicional.
Porém, mais tarde, o curandeiro chegou à conclusão de que Vilela não fazia nenhum feitiço. Apesar disso, os seus familiares não deixaram de descon fiar dela e a sua irmã mais velha acabou por abandoná-la à sua sorte.
Vilela Pahuleque, mais conhecida por Anthea Muahaia, natural da cidade de Nampula, a firmou que desde que o seu esposo faleceu a sua família começou a rejeitá-la, uma vez que era vista como uma pessoa do mal. "Fui acusada de ter matado três crianças, usando a magia negra", disse e acrescenta:
"Perdi o meu fi lho no parto quando tinha entre 17 e 21 anos de idade e desde então nunca mais pude engravidar, e é por essa razão que sou acusada".
O dia-a-dia da idosa é de muito sofrimento. A idosa receia perder a vida por não ter o que comer e morre de medo de ser espancada, uma vez que tem vindo a receber diversas ameaças dos seus parentes. "Esta roupa que usei apanhei no mercado e é assim que vivo, até para alimentar- me", lamentou.
O pátio e no interior da casa carecem de limpeza. Vilela disse que tem sofrido muito devido à falta de amparo e por não ter tido lhos.
Como sobrevive a idosa?
Apesar de ter mais 70 anos, ela continua a dedicar-se à produção de amendoim, mandioca e feijão, mas este ano, devido à idade, não conseguiu produzir o suficiente para a sua sobrevivência. A idosa tem bene ficiado de alimentos doados por algumas pessoas de boa-fé. Conta que nunca recebeu apoio da sua família, sobretudo a sua única irmã que hoje a acusa de ser feiticeira.
Vilela Pahuleque a firmou que todos os meses bene ficia de 100 meticais da Acção Social. "Graças a este dinheiro, eu ainda estou viva", garante. Num outro ponto, a nossa entrevistada questionou: "Quanto tempo poderei viver neste sofrimento?"
Vilela dorme por cima de pedaços de esteira e os farrapos que tem conseguido nas lixeiras servem de cobertores.
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