É um clima de crispação que se vive entre os militares e a população dos bairros de Mukhatine e Gulhosa, no município da Matola.
Em causa está o arranque dos trabalhos de vedação duma extensa área tida como reserva militar do quartel de Boquisso, mas que ao longo dos últimos dez anos, depois da desminagem, terá sido invadida pela população que aqui ergueu os seus imóveis.
Todas as casas deverão ser demolidas porque, segundo apurou a TIM, esta área foi sempre propriedade militar. São dezenas de casas que nos próximos tempos serão reduzidas a escombros. A população mostra-se inconformada ao mesmo tempo que considera grave a alegada indiferença do município da Matola.
Muitos moradores ainda estavam a construir as suas habitações quando foram colhidos, primeiro com os trabalhos de demarcação e depois com a vedação da dita zona militar.
A escassos metros dos lamentos da população, alguns militares, assistidos pelos colegas munidos de armas de fogo, fazem as demarcações. Militares que, de resto, são acusados de semearem dor e pânico nos moradores, sobretudo nas mulheres.
Os trabalhos vão prosseguir, segundo confirmou uma fonte do Ministério da Defesa Nacional que explicou que a zona em causa sempre foi reserva militar, mas a população mesmo advertida foi invadindo o espaço para a construção de casas.
Mukhatine, Boquisso e Gulhosa são bairros que vão beneficiar de parte da estrada denominada Circular de Maputo, facto que coloca muitas pessoas em busca de uma parcela de terra nestes locais.
Não sabemos o que devemos fazer. Estamos a sofrer. Agridem-nos, as mulheres são violadas, as crianças são espancadas. Quando vamos ao município para mediar este conflito para na qualidade de presidente dizer que os moradores devem fixar as residências deste lado e os militares fixarem o seu quartel do outro lado, nada acontece.
O relacionamento entre nós e os militares não é bom. Agridem-nos, violam, fazem tudo o que querem.
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