O secretário da defesa americano, Leon Panetta, afirmou durante uma visita surpresa ao Afeganistão, que Washington estava a perder a paciência com o Paquistão devido à existência naquele país de santuários dos talibãs, da al Kaida e dos militantes Haqqani. A linguagem usada pelo secretário da defesa americano foi bastante directa: " Estamos a chegar aos limites da nossa paciência", disse ele. As relações entre Washington e Islamabad têm estado bastante tensas nos últimos 6 meses na sequência de uma série de incidentes fronteiriços. Os Estados Unidos acham que o Paquistão podia fazer muito mais para desactivar as redes de rebeldes que usam o seu território para planear, dirigir e executar ataques transfronteiriços no Afeganistão matando tropas afegãs e americanas. As declarações de Panetta verificam-se duas semanas depois do ataque contra a base americana Salerno na província afegã de Khost, junto á fronteira paquistanesa. Panetta acusou membros da rede Haqqani baseada no Paquistão de terem levado a cabo o ataque: " Trata-se de uma situação intolerável. Aqueles que atacam as nossas forças têm a conveniência de poderem regressar aos seus santuários no Paquistão." Falando durante uma conferência de imprensa conjunta com o ministro da defesa afegão , o general Abdul Rahim Wardak, Panetta declarou que seria extremamente importante que o Paquistão desencadeasse acções contra os militantes. O governo paquistanês não reagiu de imediato às declarações do secretário da defesa americano. Panetta fez hoje a sua visita surpresa ao Afeganistão para avaliar a situação no terreno no momento em que as forças da coligação se preparam para a retirada das suas tropas. Entidades oficiais americanas anunciaram esta semana que um ataque com um avião não tripulado na região tribal paquistanesa do Waziristão do Norte tinha morto o "número dois" da al Kaida que lá se encontrava escondido. O Paquistão protestou entretanto contra a vaga de ataques com aqueles aviões teleguiados afirmando que os mesmos violavam a soberania nacional. As relações entre os dois países têm estado bastante tensas desde o ataque aéreo americano do ano passado que matou 24 soldados paquistaneses estacionados junto à fronteira com o Afeganistão. Em sinal de protesto o Paquistão exigiu desculpas e fechou as linhas de abastecimento das forças armas da NATO no Afeganistão e que passavam pelo seu território. A coligação internacional depende agora das mais onerosas linhas de abastecimento da Ásia Central que ligam ao norte do Afeganistão.
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