Não são poucas as pessoas que no país, pelos mais variados meios, se queixam da mercadorização da vida, da exigência de dinheiro para a execução de tarefas que antes eram consideradas nobres e imunes ao ácido do dinheiro. Ao procurarmos saber por que isso sucede, a causa é regra geral atribuída à malevolência das pessoas e, em última análise, à obscuridade da vida. Bem mais raro é situarmos a mercadorização da vida na lógica sistémica do capitalismo que nos rege, com a prioridade absoluta dada à acumulação de Capital e, justamente, à transformação definitiva de tudo em mercadoria e transação. Em certas igrejas que exploram o mercado das crenças, a prometida entrada no céu faz-se hoje através do dinheiro. Tudo o que é sólido se desfaz - escreveram Marx e Engels há mais de 150 anos.
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