Munícipes da cidade de Mocuba, segundo maior centro urbano da província central da Zambézia, acusam a edilidade local de estar a vender património público pertencente àquela autarquia prosseguindo fins que não correspondem ao projecto inicial.
O Canalmoz apurou que os munícipes de Mocuba andam sobretudo irritados com a venda de dois balneários públicos, localizados na zona da Massaniqueira e do jardim local que servia de parque para diversão infantil.
Os munícipes queixam-se de que os balneários, em áreas em que os espaços vão passar a ser utilizados para outros fins, foram construídos com financiamento do Fundo das Nações Unidas para a Infância, UNICEF e agora o Conselho Municipal quer privatiza-los.
Quanto ao jardim localizado em frente ao complexo desportivo de Mocuba, a ideia já foi lançada por quem dirige a autarquia, como forma testar a reacção das pessoas.
Numa reunião recentemente havida em Mocuba, Rogério Gaspar, edil de Mocuba, apresentou a ideia, bem como o projecto, segundo o qual o espaço verde, por sinal o único da urbe, vai ser transformado em complexo comercial.
Ainda em Mocuba ficámos a saber dos munícipes que a satisfação das necessidades públicas ainda está longe de ser alcançada e os munícipes queixam-se de não terem acesso aos mais básicos serviços públicos.
Carlos Muniga, residente no bairro diz que "agora que as eleições se avizinham andam aqui a nos enganar que estão a construir estradas e outras coisas, quando na verdade isto não dura muito tempo". Ele lamenta a qualidade das obras que refere só irem durar o que tiverem que durar para enganar os munícipes.
Este mesmo interlocutor da nossa Reportagem que esteve em Mocuba, chamou a atenção para o facto das crianças que ainda se sentam no chão numa província onde a madeira abunda."Veja que as crianças ainda continuam a sentar-se no chão para aprenderem a ler e a escrever, numa cidade como esta", lamentou.
O sentimento do senhor Muniga é igualmente partilhado por muitos outros munícipes de Mocuba, como é o caso do senhor Jorge Germano, residente no bairro Ferroviário. Entendem de uma forma geral que com obras de má qualidade "só nos enganam". "Jamais vão fazer algo visível".
Edilidade não quer falar do assunto
A edilidade de Mocuba não se quis pronunciar sobre o assunto. Na manhã desta segunda-feira, tentámos que o presidente da autarquia, Rogério Gaspar nos desse a sua versão. Não respondeu às nossas chamadas. Apenas mais tarde enviou uma mensagem através do serviço de mensagens instantâneas, SMS, dizendo que estava viajando e que devíamos escrever uma mensagem.
Já nos escritórios da edilidade, sem sucesso, tentámos ouvir o vereador Fiel Chiambe que substitui o edil nas suas ausências, mas este não estava disponível. Mesmo depois de lhe termos marcado telefonicamente não reagiu.
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