Com grande publicidade, a imprensa vai reportando quanto o Capital internacional investe em Moçambique para explorar as nossas reservas de produtos minerais. Essa grande publicidade é acompanhada, de forma directa ou indirecta, pela indicação de que o país é rico e que ficará a ganhar com a exportação dos produtos minerais.
A esse ruído junta-se um outro, o dos sectores preocupados com os réditos a cobrar ao Capital em benefício do país.
Em ambos os ruídos a mentalidade continua a ser a do passado: actua a juzante de um processo internamente sem montante. Não é a nossa indústria que importa, mas a indústria dos outros. O que importa, em última análise, é taxar os lucros do Capital.
Agimos como recolectores: ajudamos a extrair, a cortar, a embalar e a exportar. As linhas férreas são uma parte dessa mentalidade extractora e não transformadora: escoam a riqueza do estrangeiro. Temos, afinal, a alma das matérias-primas.
Precisamos de uma burguesia forte, endógena, uma burguesia socialista transformadora que crie a indústria nacional, pague salários condignos aos trabalhadores e alimente sem cessar os sectores sociais.
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