Os trabalhadores da empresa CCM, empreiteiro encarregue de construir as cinco mil casas de Intaka, no Município da Matola, trabalham em condições deploráveis e desumanas.
É que parte considerável dos trabalhadores ainda não possui equipamento de trabalho e segurança no projecto. Há muitos faltam luvas, as poucas que existem são de tecido leve.
Os funcionários não têm, igualmente, uniformes, capacete e botas, aliás, para quem tem, é apenas um par e não tem como trocar.
Os trabalhadores não possuem, por exemplo, andaimes suficientes, de tal forma que um deles recorre a uma janela para segurar o material e conseguir colocar a viga. Não existe sequer um vestiário, por isso a roupa fica pendurada num local aberto e sem privacidade, com todos os riscos que dai advêm.
Como se não bastasse, os trabalhadores dizem-se obrigados a comprar material de trabalho para o uso no projecto.
"Não temos nenhum material aqui, aliás, mesmo, até as luvas nos foram entregues há pouco, assim que vocês chegaram. O metro que eu uso comprei-o com meu dinheiro e estão a dizer para nós comprarmos serrotes", explicou um dos trabalhadores indignado.
O balneário é uma pura imundície e é tão precário que não existe sequer um chuveiro. Mais grave ainda é o sanitário que não reúne condições mínimas de higiene.
O patronato fez apenas um burraco, colocou paus e cobriu com cartolina, de tal forma que fazer necessidades maiores configura um exercício que exige pontaria. As refeições são passadas na rua, sabe Deus em que condições.
A inspecção do Trabalho deslocou-se ao local para fiscalizar o acordo estabelecido entre as partes, depois de, na semana passada, os trabalhadores terem paralisado a actividade. Os inspectores ficaram chocados com as condições que encontraram tendo, por isso, dado um prazo de sete dias para o empreiteiro corrigir as irregularidades.
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