Com mais de 40.543 habitantes, o Posto Administrativo de Nihessiue, no distrito de Murrupula, província de Nampula, está a registar uma significativa melhoria no que diz respeito ao acesso à saúde, educação, às vias de acesso, ao abastecimento de água potável, dentre outros serviços. A única preocupação da população local diz respeito à inexistência do transporte de passageiros, vulgo "Chapa 100", das localidades à sede distrital.
O @Verdade abordou o chefe daquele Posto Administrativo, Hermínio Eduardo Ipere, que fez uma avaliação positiva sobre os níveis de desenvolvimento da região comparativamente à situação que era vigente há três anos. Nihessiue encontrava-se numa fase muito crítica no concernente à implementação de acções de promoção do crescimento económico e social.
O acesso à saúde, educação, às vias de acesso, ao abastecimento de água potável, por parte da população do Posto Administrativo de Nihessiue já está a ser, paulatinamente, uma realidade na vida dos moradores. No sector da educação regista-se a construção de estabelecimentos de ensino em todas as localidades.
Segundo Hermínio Ipere, o fenómeno de aulas debaixo das árvores tende a reduzir. Contudo, reconhece o crescimento da taxa demográfica e consequente aumento do número de alunos, facto que faz com que a rede escolar não seja abrangente. Igualmente, alguns pais e encarregados de educação estão já a ganhar a consciência da necessidade de levar os filhos para a escola como forma de garantir um futuro melhor.
"A população tem acesso aos serviços básicos: educação, saúde, agricultura, vias de acesso, incluindo o abastecimento de água potável. Trata-se de sectores cujos serviços não se faziam sentir nas vidas dos residentes de Nihessiue, mas aos poucos fomos resolvendo mercê das acções desenhadas pelo governo distrital em parceria com as organizações não governamentais que operam na região, com maior destaque para a Visão Mundial, uma organização humanitária. As comunidades têm à sua disposição água potável das fontenárias colocadas em várias localidades de Nihessiue e isso satisfaz-nos", referiu Hermínio Ipere.
No sector da educação regista-se a implementação de obras de construção de salas de aulas. Quanto à assistência social, as crianças carenciadas e órfãs de pais beneficiam de bolsas de estudo para o prosseguimento da sua actividade académica na vila distrital de Murrupula.
Segundo a nossa fonte, entre as várias organizações que trabalham em Nihessiue, a Visão Mundial tem estado a contribuir no aumento dos níveis de produção e produtividade no sector da agricultura através da distribuição aos agricultores de sementes melhoradas e resistentes à seca, incluindo a transmissão de conhecimentos visando o aumento da produção.
Em virtude desses conhecimentos, os agricultores de Nihessiue estão a praticar a agricultura mercantil que consiste em cultivar onde os produtos são vendidos para a geração da renda familiar e uma parte é usada para o consumo caseiro. No cômputo geral, o trabalho que está a ser desenvolvido pela Visão Mundial naquela região da província está a repercutir-se no desenvolvimento de Nihessiue em todas os sectores de actividade.
Sector da educação
Hermínio Ipere revelou ao nosso jornal que há dois anos o posto administrativo estava a enfrentar sérios problemas no que diz respeito à existência de salas de aulas, mas as autoridades governamentais e as organizações parceiras introduziram um programa de envolvimento comunitário com vista à sua construção.
A iniciativa consistia em sensibilizar as comunidades a dar o seu contributo através do fabrico de tijolos, facto que resultou na melhoria da situação que fazia com que as crianças estudassem debaixo das árvores e em precárias condições, o que contribuía, negativamente, para o aproveitamento pedagógico dos estudantes.
Por seu turno, os parceiros como a Visão Mundial apoiavam na construção e cobertura das salas com material convencional. Sobre o desempenho das crianças, havia problemas de desistências massivas, mas os principais culpados eram os pais e encarregados de educação que ocupavam os seus filhos em actividades de pastorícia do gado bovino e caprino em detrimento da escola.
Para reverter este cenário, foi feito um trabalho de sensibilização a nível das famílias que consistiu em aconselhar os responsáveis pela educação das crianças a respeitarem os direitos dos petizes, principalmente, a educação.
Existem já 24 escolas, sendo quatro primárias completas e as restantes são do ensino primário do primeiro grau. Muitos alunos desistiam dos estudos por causa dos trabalhos da machamba, vulnerabilidade social, morte dos progenitores, gravidez indesejada, casamentos prematuros e a mudança de residência de alguns pais e encarregados de educação à procura de terras férteis para a prática da agricultura.
"Muitas vezes as pessoas envolviam-se em conflitos sociais devido à disputa de terrenos e, para evitar este tipo de situações, os chefes das famílias preferiam abandonar a zona e procurar fixar a sua residência em outro lugar para evitar problemas com os vizinhos. A divulgação da lei de terra ajudou bastante na inversão do cenário, pois as pessoas ficaram a saber que a terra é propriedade do Estado e não das pessoas", disse Hermínio Ipere.
Sector da saúde
Em Nihessiue existe apenas um centro de saúde e dois postos de socorros instalados nas localidades de Mulhaniua e Nacocolo, onde as populações se dirigem para beneficiar do tratamento de eventuais doenças, aconselhamento das mulheres em estado de gravidez, e assistência feita aos pacientes que padecem de epidemias no sentido de ajudá-los a superar algumas doenças.
O chefe do posto administrativo revelou à nossa reportagem que antes da instalação do centro de saúde local, a população percorria cerca de 20 a 30 quilómetros para chegar a uma unidade sanitária situada no centro da vila sede distrital, mas, presentemente, os serviços de saúde estão próximos das comunidades.
O centro de saúde do tipo 1 recebe medicamentos em grandes quantidades e os postos de saúde são abastecidos em pequenas porções para a prestação dos cuidados sanitários em casos de primeiros socorros, o que não acontecia no passado.
As principais doenças que afectam a população de Nihessiue são a malária e as diarreias que ocorrem, sobretudo, no período das chuvas, entre outras enfermidades. Em relação à malária estão em curso actividades de sensibilização da população no sentido de observar medidas de higiene individual e comunitária, eliminando os charcos que surgem da água das chuvas.
O nosso interlocutor disse que a redução dos níveis da malária depende da materialização das acções do seu combate, que consistem em transmitir mensagens de sensibilização.
Transporte de passageiros
Não existem transportadores colectivos de passageiros a nível do posto administrativo de Nihessiue, situação que obriga a população a percorrer longas distâncias para chegar à vila sede distrital. As pessoas que possuem motorizadas fazem a prestação de serviços de transportes e, segundo soubemos, da localidade sede de Nihessiue até a sede do distrito, os motociclistas praticam uma taxa de 100 meticais, e para as restantes localidades os valores variam de 150 a 250 meticais.
Este dinheiro é bastante elevado a avaliar pelo nível de poder de compra dos residentes daquela região da província de Nampula.
O transporte de pessoas e bens é deficitário. Nas campanhas de comercialização de excedentes a população aproveita-se das viaturas que fazem o transporte de produtos para os principais centros de consumo. Isso deve- -se ao facto de os proprietários dos carros não estarem sensibilizados para introduzir os serviços de transporte de passageiros.
Pode afirmar-se que as condições em que se apresentam as vias de acesso não são favoráveis à circulação de viaturas, o que pode agravar as deficiências mecânicas e forçar à substituição das peças. Há bastante tempo que não havia comunicação entre o posto administrativo e as respectivas localidades.
Abastecimento de água
Os 40.543 habitantes do Posto Administrativo de Nihessiue enfrentavam problemas relacionados com a falta de água, por isso eram obrigados a percorrer cinco a 10 quilómetros para acarretá-la em fontes tradicionais.
Presentemente, têm 28 fontenários, dos quais sete avariados e os restantes em funcionamento. A distância que era percorrida anteriormente reduziu para 2 a 1.5 quilómetros.
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