Cabo Delgado: Assembleia Provincial contra atrasos em grandes obras

A ASSEMBLEIA Provincial de Cabo Delgado criticou veementemente, há dias, o executivo local, actualmente liderado por Abdul Razak Noormahomed pelos atrasos sistemáticos na conclusão das obras de reabilitação das estradas Macomia/Awasse, Montepuez/Ruassa e da construção do complexo desportivo na cidade de Pemba, cujas empreitadas iniciaram há dez, seis e cinco anos, respectivamente.

As bancadas da Frelimo e da Renamo juntaram-se em uníssono para dizer chega de atrasos sistemáticos na conclusão das obras, sobretudo das vias de acesso, que é um retrocesso ao desenvolvimento que se quer célere na província, pois sem estradas não será fácil o escoamento de produtos agrícolas, a circulação de pessoas e outros bens.

O chefe da bancada da Frelimo, José Ntenge, disse, no seu discurso de abertura da sessão da Assembleia Provincial , que a demora na conclusão das obras inviabilizam o desenvolvimento da província, numa altura em que se esperava que fosse mais célere mas entretanto tal não pode acontecer porque as infra-estruturas que podiam catapultar o crescimento económico nunca terminam.

Por seu turno, a Renamo disse, na ocasião, que as infra-estruturas que o governo provincial se predispôs em construir, todos constam nos seus planos “o que está acontecer, é que o governo põe como prioridade os mesmos troços e nunca constrói. Faz isso para divertir a população, todos anos faz o “past copy” e assim aparece como sendo novo plano e nunca se cumpre”.

Estes pronunciamentos foram secundados pelo respectivo presidente, José Matias Mugala, que acrescentou que o adiamento da conclusão das obras, preocupa-os como órgão fiscalizador da acção governativa, que considera ser a principal forma de prestação de contas pelo governo provincial à população que representam.

“Contudo, continua a preocupar-nos que as obras do complexo desportivo de Pemba e das estradas Macomia/Awasse e Montepuez/Ruassa não tenham sido concluídas. Já o dissemos de forma humilde que o adiamento de empreendimentos de significativo impacto económico e social na província retarda o nosso crescimento ”- disse José Matias Mugala.

Trata-se das obras consideradas de vulto naquela parcela do país que tiveram datas do seu início em 2005 para a estrada Macomia/Awasse e 2008 para Montepuez/Ruassa e, hoje, volvidos cerca de 10 e 6 anos respectivamente, não se vislumbra o seu términos, numa altura em que a província se ressente de falta de melhores vias de acesso.

Relativamente as obras de construção do complexo desportivo de Pemba, cujo inicio data de 2009, que igualmente mereceu critica por parte daquele órgão de fiscalização do executivo provincial, também não está a ser concluído com o governo provincial, sobretudo o sector da Juventude e Desportos, a limitar-se a dizer todos os anos que as mesmas serão retomadas, mas tal não acontece.

No que tange às obras de reabilitação da estrada Montepuez/Ruassa, adjudicadas à construtora italiana CMC, que as abandonou há quatro anos, estão igualmente paralisadas há sensivelmente seis anos, com o empreiteiro a dar sempre desculpas de falta de pagamento. O então governador de Cabo Delgado, Eliseu Machava, desmentiu numa reunião no ano passado esta alegação sem, no entanto, mostrar alguma sanção tomada contra o empreiteiro da obra devido ao incumprimento dos prazos.

NOTÍCIAS – 19.04.2014

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