O Presidente do Zimbábwe, Robert Mugabe, de 92 anos e no cargo há quase três décadas, afirmou nesta segunda-feira que se deixar o poder irá fazê-lo "de forma adequada", mas não será "expulso" por funcionários impacientes pela possibilidade de o suceder no cargo.
"Se cometi erros, devem dizer-me no que errei e então deixo o cargo", disse Mugabe durante um encontro com os veteranos da guerra da independência do Zimbábwe.
"Estão descontentes porque não estou a morrer", acrescentou posteriormente em declarações ao jornal local "Sunday Mail".
Desde Julho, o país africano vive uma onda de protestos contra o Governo de Mugabe que levaram a violentos confrontos com as forças de segurança.
A grave situação económica do Zimbábwe, gerada em grande medida pela corrupção do Governo de Robert Mugabe, suscitou uma resposta social sem precedentes que ameaça a continuidade do líder.
Mugabe está no poder desde 1987 e assegurou que irá voltar a concorrer nas eleições de 2018, mas nos últimos meses teve que multiplicar os seus esforços para evitar as tensões dentro do seu partido, a União Nacional Africana do Zimbábwe-Frente Patriótica, no qual já há candidatos para substituí-lo.
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