O número de moçambicanos infectados pelo VIH aumentou de 11,5%, em 2009, para 13,2%, em 2015, em adultos com idades compreendidas entre 15 e 49 anos e o conhecimento da prevenção da transmissão desta doença reduziu entre os dois períodos em comparação, segundo as novas estimativas de prevalência do VIH/SIDA, cujo relatório preliminar foi divulgado esta segunda-feira (08), em Maputo.
As zonas urbanas (16,8%) continuam as que concentram maior taxa de contágio, comparativamente ao meio rural (11%).
As mulheres, com 15,4%, são as mais infectadas em relação os homens, com 10,1%, em todas as províncias do país, excepto em Nampula.
Tete apresenta a taxa mais baixa (5,2%) de prevalência, enquanto em Gaza (24,4%) a situação prevalece alarmante, a par da capital do país e da província de Maputo, situação que muda para o melhor, há anos.
Niassa, que apresentava taxa mais baixas e o único ponto onde os homens eram mais afectados do que as mulheres, a situação mudou para o pior, segundo recente estudo.
Inhambane, que igualmente tinha um número reduzido de infecções, aparece com taxas elevadas.
“Tanto nos homens, com 17,5%, como nas mulheres, com 23,4%, a prevalência de VIH atinge o seu pico na faixa etária dos 35-39 anos de idade”, conclui IMASIDA.
Durante a pesquisa desenvolvida entre Junho e Dezembro de 2015, foram entrevistados 5.283 homens e 7.749 mulheres, sendo que a amostra foi de 7.169 agregados familiares.
Nos jovens de 15-24 anos, 6,9% estão infectados pela chamada pandemia do século. “Neste subgrupo etário, a prevalência é também maior nas mulheres, 9,8%, do que nos homens, 3,2%”.
Francisco Mbofana, investigador principal do estudo, “o aumento na prevalência nacional do VIH, entre 2009 e 2015, não é estatisticamente significativo”.
Todavia, constituiu uma preocupação bastante séria, na medida em que é um problema de saúde pública, por isso, apesar de haver tratamento para esta doença, as pessoas não devem se iludir: “Não há cura”. É preciso apostar na prevenção.
Há dados que indicam a necessidade de centrar as atenções em zonas onde até muito recentemente se pensava que a situação estava sob controlo, como é o caso de Niassa e Cabo Delgado (norte do país) que aumentaram para 7,8 e 13,8 por cento respectivamente.
No diz respeito ao conhecimento da prevenção da transmissão da doenças em questão, 97% de homens e 95% de mulheres, dos 15 aos 49 anos de idade, referiram que já tinham falado do VIH/SIDA.
Durante o inquérito, 65% de homens e 55% de mulheres indicaram que sabem que o uso do preservativo pode prevenir a doença, mas 72% de homens e 65% de mulheres revelaram que também sabiam que as relações sexuais com um único parceiro não infectado é uma das formas eficazes de prevenir o VIH.
“No 56% de homens e 47% de mulheres sabem que ambos os métodos” acima mencionados servem para a prevenção, de acordo com a pesquisa, cujo relatório final será divulgado em Agosto próximo.
Contudo, de 2009 a 2015, a tendência do conhecimento da prevenção da transmissão do VIH reduziu para 56% nos homens e 47% nas mulheres.
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