A ONU divulgou na semana finda o Relatório Mundial sobre Drogas 2017, que mostra que no mundo há mais tipos de drogas e estas estão mais disponíveis e são mais potentes, enquanto o número de consumidores se mantém estável há cinco anos em 250 milhões de pessoas, 5% da população do planeta. Moçambique continua a estar na rota dos traficantes, como porta de entrada para a África do Sul, no ano passado foram apreendidos 824 quilos de cocaína e 1469 quilogramas de heroína.
O "florescimento" do mercado das drogas é o aspecto mais destacado do relatório, divulgado em Viena, que aponta que 29,5 milhões pessoas têm transtornos graves pelo consumo dessas substâncias.
“O mercado das drogas continua a evoluir e o número de substâncias continua a aumentar”, afirmou Angela Me, coordenadora do relatório, em conferência de imprensa em Viena.
A ONU calcula que em 2015 houve pelo menos 190 mil mortes no mundo por uso de drogas, um cálculo muito conservador se for considerado que só nos EUA morreram neste mesmo ano 52,4 mil pessoas por overdose.
O grupo de drogas mais letais e daninhas são os opioides, como a heroína e os seus análogos sintéticos, que causam, por overdose, a maior parte das mortes.
O seu consumo com seringas é além disso especialmente arriscado porque é mais fácil contrair doenças como hepatite C ou o vírus VIH.
Em 2016, a produção mundial de ópio aumentou 1/3 em comparação com o ano anterior, devido, sobretudo, ao grande crescimento das plantações no Afeganistão.
Quanto à cocaína, ocorreu um aumento da produção, tráfico e consumo no mundo, tanto nas regiões com maior demanda, Europa e América do Norte, como na Ásia, um mercado novo e crescente para esta droga.
“A fabricação mundial de cloridrato puro de cocaína alcançou 1,12 mil toneladas em 2015, o que representa um aumento geral de 25% com relação a 2013”, indica o relatório sobre a quantidade de cocaína pura manufaturada.
Perante uma situação que os especialistas da ONU avaliam como sombria, com poucos avanços, Angela Me destacou como aspecto positivo a cooperação internacional e disse que nunca antes tinha sido apreendida tanta droga, que no caso da cocaína chegou a 864 toneladas.
O relatório aponta que o narcotráfico e as vendas de drogas supõe entre 1/5 e 1/3 dos investimentos de grandes grupos transnacionais de crime organizado.
Apreendidos 824 quilos de cocaína e 1469 quilogramas de heroína em Moçambique
Em Moçambique, a julgar pelo Informe deste ano da Procuradora-Geral da República ao Parlamento, “o tráfico e consumo de estupefacientes e substâncias psicotrópicas apresenta-se, amiúde, com contornos de crime organizado e transnacional”.
Beatriz Buchili enfatizou que se “impõe o reforço de medidas operativas, nos postos fronteiriços terrestres, aéreos e marítimos; a melhoria da articulação entre as entidades que intervêm na prevenção e combate, com o envolvimento das comunidades”.
Embora as autoridades moçambicanas pareçam preferir sancionar os consumidores de droga leve, a cannabis sativa, vulgarmente conhecida como soruma, durante 2016 foram apreendidos 824 quilos de cocaína, 1469 quilogramas de heroína, e pequenas quantidades de outras substâncias estupefacientes.
De acordo com a PGR foram incineradas 603.733 quilogramas de ácido antranílico e 3.360 quilos de soruma.
Foram detidos 482 cidadãos por crimes relacionados com drogas, de acordo com o Informe da PGR, um número que cresceu em mais de 20% comparativamente a 2015.
A cidade de Maputo e as províncias de Tete e Sofala são as que apresentaram o maior número de casos durante o ano passado.
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