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domingo, 11 de junho de 2017

Paquistão sentencia homem à morte por blasfémia no Facebook

Um tribunal anti-terrorismo no Paquistão condenou à morte um homem sob acusação de ter cometido blasfêmia no Facebook, disse um promotor do governo neste domingo, na primeira vez em que alguém recebe a pena de morte por blasfemar nas redes sociais.

A condenação de Taimoor Raza, 30 anos, acontece após uma repressão de alto nível contra blasfêmia nas redes sociais conduzida pelo governo do primeiro-ministro Nawaz Sharif. Blasfémia é um assunto muito sensível no Paquistão, país de maioria muçulmana, onde insultar o profeta Maomé é um crime capital, pelo qual dezenas de pessoas estão no corredor da morte.

Até mesmo meras acusações são suficientes para causar alvoroço em massa e clamores por justiça. Shafiq Qureshi, promotor público em Bahawalpur, 500 km ao sul da capital da província, Lahore, disse que Raza foi condenado por acusações de ter feito observações depreciativas contra o profeta Maomé, suas esposas e companheiros.

“Um tribunal anti-terrorismo de Bahawalpur o condenou à pena de morte”, disse Qureshi à Reuters. “É a primeira vez que um caso de pena de morte envolve as redes sociais”.

É raro que um tribunal anti-terrorismo julgue causas de blasfémia, mas o caso de Raza foi incluído nesta categoria porque suas acusações incluíam ofensas ao combate ao terrorismo relacionadas a discurso de ódio.

Qureshi disse que Raza foi preso após ter sido visto lidando com material de discurso de ódio e blasfémia em seu celular, em um ponto de autocarro em Bahawalpur, onde um oficial anti-terrorismo o prendeu e confiscou seu celular. O material obtido no aparelho levou à condenação de Raza, ele acrescentou.

“O julgamento foi conduzido na cadeia de Bahawalpur sob forte segurança”, disse Qureshi. Qureshi acrescentou que Raza é da minoria Shia e no tribunal foi acusado de disseminar ódio contra a seita Deobani, que adere a uma vertente rigorosa do islamismo sunita.

As relações entre comunidades Shia e da maioria sunita já se inflamaram muitas vezes no Paquistão, com alguns extremistas sunitas como o grupo Lashkhar-e-Janghvi tentando explorar as tensões sectárias.



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