Mais de 50 supervisores provinciais que farão parte do IV Recenseamento Geral da População e Habitação – Censo 2017 – na cidade de Nampula, enviados aos distritos desta parcela do país para acompanhar a formação de recenseadores, suspenderam os trabalhos e regressaram à urbe, agastados, alegadamente devido à desorganização do processo e falta de logística.
Os visados apontam o dedo acusador ao delegado e presidente do gabinete do Instituto Nacional de Estatística (INE), Alberto Namahala, como sendo o protagonista da suposta desorganização.
Segundo eles, antes de viajarem para os distritos, reuniram-se com aquele dirigente, que lhes fez saber que ainda não havia dinheiro para custear as despesas de deslocação, mas pela pertinência do trabalho, a viagem não devia ser adiada. Os supervisores usaram os seus próprios meios, na expectativa de que seriam repostos, mas tal não aconteceu.
Nessa aventura, o alojamento seria suportado pelos governos distritais. Surpreendentemente, na última quinta-feira (20), o delegado e presidente do gabinete do INE, em Nampula, deu o dito por não dito, enviando mensagem aos administradores e secretários permanentes cujo teor era no sentido de não se providencia nenhuma logística para os supervisores e que declinava qualquer responsabilidade caso alguém fizesse o contrário.
Insatisfeitos com a atitude, os supostos lesados abandonaram os seus locais de trabalho e regressaram à cidade de Nampula, onde, na manhã da última sexta-feira (21), amotinaram-se defronte das instalações do INE para exigir explicações em torno da desconsideração a que foram sujeitos.
O grosso dos supervisores disse que já não há condições para dar continuidade ao trabalho que devia levar a cabo e exige do INE o pagamento dos seus subsídios.
Alguns entrevistados consideraram que o Censo 2017 em alguns distritos de Nampula pode não decorrer a contento devido a certas irregularidades e falta de transparência no recrutamento de determinados recenseadores, alguns dos quais com sérios problemas de leitura e escrita. Sobre este assunto, tentámos, sem sucesso, ouvir a versão de Alberto Namahala, o qual não se encontrava no seu local trabalho, segundo soube o @Verdade.
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