Uma carrinha atropelou um grupo de pessoas na avenida mais famosa de Barcelona nesta quinta-feira, matando 13 pessoas, num ataque que foi reivindicado pelo Estado Islâmico. As autoridades disseram que o número de mortos pode aumentar, uma vez que havia mais de 100 pessoas feridas, algumas gravemente.
A polícia informou mais cedo que prendeu dois homens, um marroquino e outro do enclave norte-africano de Melilla, pertencente à Espanha, mas nenhum dos dois era o motorista da carrinha.
Testemunhas disseram que o motorista fugiu a pé. Ainda não estava claro quantos agressores estiveram envolvidos no ataque.
Também na quinta-feira, horas antes do atropelamento, uma pessoa morreu em uma explosão numa casa a cerca de 100 km de Barcelona, em um incidente ligado ao ataque, acrescentou a polícia.
Os moradores da casa estavam preparando explosivos, segundo uma fonte da polícia catalã.
Em outro incidente, a polícia matou a tiros um homem que dirigiu um carro contra um posto de controle da polícia em Barcelona, embora não houvesse evidência de que isso também estava relacionado com o ataque da carrinha.
Testemunhas disseram que a van acelerou em zigue-zague em alta velocidade pela avenida Las Ramblas, coração turístico da cidade, derrubando pedestres e deixando corpos espalhados pelo chão.
A agência de notícias do Estado Islâmico, Amaq, informou: "Os perpetradores do ataque de Barcelona são soldados do Estado Islâmico e realizaram a operação em resposta a pedidos para alvejar Estados da coligação", em referência a uma coligação liderada pelos Estados Unidos contra o grupo militante sunita. A reivindição não pôde ser imediatamente verificada.
A Espanha tem várias centenas de soldados no Iraque, treinando as forças locais na luta contra o Estado Islâmico, mas não está envolvida em operações terrestres.
Se o envolvimento dos militantes islâmicos for confirmado, seria o mais recente em uma série de ataques nos últimos 13 meses em que eles usaram veículos para levar carnificina às ruas das cidades europeias.
Esse modus operandi - brutal, mortal e muito difícil de evitar - matou bem mais de 100 pessoas em Nice, Berlim, Londres e Estocolmo.
"Ouvi gritos e uma batida e então só vi a multidão correndo e essa van passando pelo meio das Ramblas, e soube imediatamente que era um ataque terrorista ou algo do tipo", disse a testemunha Tom Gueller à emissora britânica BBC. "Não estava reduzindo. Estava simplesmente indo em frente pelo meio da multidão no meio das Ramblas."
Esse foi o ataque mais mortal na Espanha desde março de 2004, quando militantes islâmicos colocaram bombas em trens de passageiros em Madri, matando 191 pessoas e ferindo mais de 1.800.
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, anunciou três dias de luto oficial pelo que chamou de "ataque jihadista".
"Hoje a luta contra o terrorismo é a principal prioridade para sociedades livres e abertas como a nossa. É uma ameaça global e a resposta deve ser global", disse ele em entrevista coletiva em Barcelona.
A casa real espanhola informou no Twitter: "Eles são assassinos, nada mais do que criminosos que não nos aterrorizam. Toda a Espanha é Barcelona. Las Ramblas voltarão a ser de todos."
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou: "Os Estados Unidos condenam o ataque terrorista em Barcelona, Espanha, e farão o que for necessário para ajudar."
A polícia catalã disse que os dois homens detidos na quinta-feira foram presos em duas cidades, Ripoll e Alcanar, ambas na região da Catalunha, da qual Barcelona é a capital.
A explosão também ocorreu na cidade de Alcanar, nas primeiras horas de quinta-feira. Uma pessoa morreu e outra ficou ferida nesse incidente, informou a polícia.
Imagens de telefones celulares mostraram vários corpos estendidos pelas Ramblas, alguns sem movimento. Equipes de socorro e transeuntes estavam ajudando algumas vítimas.
Ao redor das vítimas e dos socorristas, o boulevard estava deserto. Susana Elvira Carolina, de 33 anos, que trabalha em uma loja na avenida Las Ramblas, tinha acabado de entrar na loja quando a carrinha atingiu as pessoas.
"Nós tínhamos uma janela e era possível ver os corpos estendidos de lá, se podia ver como as pessoas foram atropeladas", contou.
Nas últimas semanas, pichações com ameaças contra turistas apareceram em Barcelona, que atrai ao menos 11 milhões de visitantes por ano.
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