Não será ainda nesta sexta-feira(01) que os transportes públicos na cidade e província de Maputo vão ficar mais caros, mas a verdade é que o agravamento das actuais tarifas de 7 e 9 meticais para 12 e 15 meticais é irreversível. O aumento está acordado entre o Governo e a Federação Moçambicana das Associações de Transportes (FEMATRO) há vários meses e deve entrar em vigor ainda antes do fim do ano, assim que novos autocarros e comboios metropolitanos chegarem à capital moçambicana. Entretanto o @Verdade apurou que o subsídio pago em dinheiro pelo Executivo à FEMATRO, e que em Abril supostamente foi redireccionado para a compra de 300 novos autocarros, continua a ser entregue aos transportadores privados.
O drama da falta de transportes públicos em Maputo, Matola e Boane não tem data prevista para acabar. Com a evidente a incapacidade das empresas públicas/municipais de transportes a solução encontrada pelo Governo foi de novas parcerias com os transportadores privados.
Na sequência das negociações que aconteceram durante o primeiro trimestre de 2017 o Governo e a FEMATRO acordaram suspender o subsídio em dinheiro que é dado como compensação ao aumento do preço do gasóleo, e que todos concordam não ser eficiente, e usar essa verba para a aquisição de novos autocarros.
Foi também acordado que a tarifa em vigor desde 2012, de 7 e 9 meticais, para distâncias até 10Km e 20Km, respectivamente, seria reajustada para 12 e 15 meticais para que o negócio voltasse a ser atractivo para os privados.
Contudo o @Verdade apurou que a pedido do Governo as novas tarifas não entraram em vigor em Abril pois o momento não era “politicamente” adequado, afinal os munícipes de Maputo, Matola e Boane estavam a viver o pico da inflação resultante da crise da Dívida Pública e os aumentos salariais foram, mais uma vez, insuficientes para cobrir o custo de vida galopante.
As partes acordaram só efectivar o aumento quando a nova solução para os transportes urbanos estivesse em implementação.
Estranho é que a suspensão do subsídio em dinheiro à FEMATRO foi anunciado em Abril passado mas o @Verdade apurou, no Relatório de Execução Orçamental de 2017, que o Governo de Filipe Nyusi pagou aos transportadores 252,3 milhões de meticais, entre Janeiro e Junho.
Fonte do Ministério da Economia e Finanças esclareceu ao @Verdade que a implementação efectiva da transformação do subsídio “está prevista para o último quadrimestre de 2017”.
Formalmente, no município de Maputo, o novo preço será aprovado na próxima sessão da Assembleia Municipal que deverá acontecer ainda este mês de Setembro, segundo confirmou ao @Verdade o vereador do Pelouro dos Transportes, João Matlombe.
Quatro corredores de autocarros e outros tantos de comboios metropolitanos
A nova solução em curso para melhorar o transporte urbano na cidade e província de Maputo é criar mais três corredores principais onde irão operar principalmente autocarros com mais de 60 lugares que consigam escoar até 4 mil munícipes por hora, à semelhança do corredor que já opera a partir a Baixa da cidade e do Museu com destino ao Zimpeto, e vice versa.
O @Verdade sabe que nos próximos dias serão anunciadas as entidades a quem serão concessionadas o corredor Baixa/Boane, Baixa/Mozal, Baixa/Tchumene e Baixa/Matola(Godinho); o corredor Baixa e Museu / Patrice Lumumba, Baixa e Museu / T3, Baixa e Museu / Socimol; e ainda o corredor Baixa / Marracuene passando pela Costa do Sol e Zimpeto.
O Vereador dos Transportes no Concelho Municipal de Maputo explicou ao @Verdade que nestes corredores os “chapas” de menos de 60 lugares vão ser reduzidos, num processo gradual que pode durar até um ano e que só irá iniciar quando os grandes concessionários estiverem a operar em pleno.
Entretanto o @Verdade apurou que além destes quatro corredores de autocarros com mais de 60 lugares foram concessionadas à empresa Fleetrail quatro rotas de linhas férreas - cidade da Matola Cidade / Baixa, Matola-Gare / Baixa, Boane / Baixa e Marraquene / Baixa - onde irão operar comboios metropolitanos.
Passe mensal dará viagens ilimitadas nos autocarros e comboios metropolitanos
Amad Camal, proprietário da Fleetrail, revelou ao @Verdade que quatro comboios metropolitanos com quatro carruagens cada, movidas a gasóleo e com capacidade de transportar 540 passageiros em cada unidade, foram adquiridas na Nova Zelândia e estão já a caminho da capital moçambicana por via marítima.
Relativamente ao custo de cada viagem Camal explicou que o passe mensal, ou bilhete único, “será uma solução fundamental para os nossos serviços”.
Comprando um desses passes o passageiro poderá realizar viagens ilimitadas nos autocarros que circulam nos quatro corredores e também nos comboios metropolitanos.
Questionado sobre o custo Amad Camal disse que existirão diferenciados pacotes de passes. Por exemplo um pacote corporativo que custará 12 mil meticais por mês e poderá ser usado pelo chefe da família assim como outros três membros do agregado. Ou ainda um pacote direccionado para empresas que queiram subsidiar os seus trabalhadores e custará 6 mil meticais servindo também a quatro cidadãos.
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