O ex-comandante da Polícia da República de Moçambique (PRM), na cidade de Maputo, Bernardino Rafael, é desde segunda-feira (30) comandante-geral da corporação, o que lhe dá mais poderes para levar a cabo o seu desiderato de travar a proliferação de armas de fogo em mãos alheias e, quiçá, estancar a criminalidade que tem criado um sentimento de insegurança e revolta nos munícipes.
Entre 2015 e 2017, a capital moçambicana foi vergastada por uma onda de crimes violentos e mortíferos, o que gerou pânico em todos, mas nunca a entidade que tem como função garantir a segurança e a ordem públicas e combater infracções à lei esclareceu o problema.
Efectuado detenções aqui e acolá de indivíduos que aos olhos da população não passavam dos chamados “pilha-galinhas”, enquanto os verdadeiros criminosos passeavam a sua classe fazendo mais vítimas, a corporação foi anunciando medidas para restituir a ordem, segurança e tranquilidade públicas.
Mesmo assim, a população, que não vê resultados concretos das propaladas estratégias policiais, continua a queixar-se da agudização da criminalidade.
Confrontado com tal situação, Bernardino Rafael, que hoje passa a ter mais poderes para mandar investigar e esclarecer os casos ocorridos fora de Maputo, chegou a apelar aos malfeitores a devolverem à Polícia os instrumentos bélicos em sua posse.
“Devolvam as armas”, pois “nas nossas mãos estarão bem guardadas". A devolução abrangia também os cidadãos cujo porte de armas de fogo é legal. A Polícia justificou que pretendia fazer uma perícia para saber “quando, como e contra quem essas armas dispararam”.
Bernardino Rafael nunca apresentou o resultado concreto dessa recolha de armas de fogo, mas recomendou aos usuários licenciados a repensarem se valia a pena ou não continuar com os referidos instrumentos bélicos.
Aliás, numa outra ocasião, o novo comandante-geral da PRM disse que os funcionários da Direcção Nacional de Identificação Civil (DNIC) passariam a exigir que os cidadãos forneçam os seus contactos telefónicos durante o pedido de emissão dos bilhetes de identidade, para uma suposta maior articulação com os mesmos, bem como informá-los quando o documento estiver disponível.
Sem fornecer detalhes sobre a medida em alusão, Bernardino disse: “vamos criar um banco de dados paralelo para comunicar com o cidadão”, no sentido de evitar que nos guichés haja muitos bilhetes de identidade não reclamados, argumentou ele no balanço do X Conselho Ordinário da Polícia, em Maputo.
Refira-se que, para além do novo comandante-geral da PRM, o Presidente da República, Filipe Nyusi, empossou outros três dirigentes das Forças de Defesa e Segurança, nomeados semana fina.
Trata-se de Timóteo Bernardo, vice-comandante-geral da Polícia, Lázaro Menete, chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), Ezequiel Muianga, comandante do Ramo do Exército das FADM, e Júlio Jane, director-geral dos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE).
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