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segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Com Nyusi a Governação está pior em Moçambique, segundo índice Mo Ibrahim

Apesar de todo o benefício da dúvida que os moçambicanos, académicos e sociedade civil incluídos, têm dado ao Presidente Filipe Nyusi a sua governação não está a ser melhor do que a do seu antecessor. No índice de Governação Africana(IIAG) de 2017, Moçambique caiu duas posições, “com a aceleração do declínio nos últimos cinco anos, a uma taxa média anual de -0,45”.

A evidente degradação da governação de Filipe Jacinto Nyusi ao longo destes dois anos em que é Presidente de Moçambique também aparece refletida nas avaliações internacionais. Depois de mau desempenho no Índice de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, da regressão no ranking de Competitividade do Fórum Económico Mundial, de mais uma queda no Doing Business do Banco Mundial o nosso país também regrediu no índice Ibrahim de Governação Africana, publicado nesta segunda-feira(20) pela Fundação Mo Ibrahim, em clara contra-mão da trajectória da Governação Global do continente que continua, em média, positiva.

“Como o Índice nos mostra, a governação global em África está a melhorar. Essa é uma boa notícia. No entanto, o abrandamento e em alguns casos a reversão do progresso num grande número de países e em algumas dimensões essenciais da governação significam que nós devemos ser cautelosos. Sem cautela e esforços contínuos, o progresso alcançado nos últimos anos pode estar em perigo de desaparecer” disse Mo Ibrahim, o presidente da Fundação que leva o seu nome, em comunicado de imprensa.

Moçambique é um dos 12 países onde a Governação Global tem estado em declínio, ao longo da última década, mas o cenário é mais dramático por não parece conseguir reverter essa situação, já que tem pontuações a diminuir a um ritmo ainda mais rápido com particular nas categorias de Segurança e Estado de Direito (taxa média anual de -1,30) e Participação e Direitos Humanos (taxa média anual de -0,06).

O nosso país registou ainda pontuações muito baixas na categoria de Oportunidade Económica Sustentável (48,1), e nas subcategorias de Responsabilização (26,4) e de Segurança Pessoal (49,7).

Positivamente assinalem-se os progressos nas categorias de Saúde (70,1), Participação e Direitos Humanos (56,5), Sector Rural (61,9), e na subcategoria Segurança Nacional (80,2).

É paradoxal que a presidência de Nyusi esteja a ser pior que a de Armando Guebuza, Presidente cujos dois mandatos os moçambicanos parecem não ter dúvidas que foram muitos maus em termos de governação e que diga-se conduziu o nosso país para a crise actual.



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