Um grupo de membros do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) juntou-se à Renamo, na semana passada, alegadamente por falta de convivência política e acusam a família Simango de estar a formar um clã sob o disfarce de um partido que se augura uma alternativa de governação em Moçambique.
Os dissidentes dizem que se aliaram ao maior partido da oposição porque é a opção política que satisfaz os seus anseios e pretendem apoiar Venâncio Mondlane, que também se desligou do MDM e da bancada parlamentar por querelas internas.
O @Verdade apurou que Venâncio Mondlane granjeia simpatiza da juventude do partido do “Galo” na cidade de Maputo e a sua desvinculação do mesmo não só causou indignação, como também foi a razão da “debandada” que ora se assiste.
“Representamos parte significativa dos membros” do segundo partido da oposição na cidade de Maputo, que ao longo dos nove anos de existência do partido fizeram das tripas o coração para que o mesmo se tornasse “uma verdadeira alternativa política em Moçambique”, disse Ismael Nhacucue, ex-chefe da bancada do MDM na Assembleia Municipal de Maputo (AMM).
Para além dele, deram a cara pelos restantes desertores, Armando Paia, também membro daquele órgão autárquico deliberativo e afecto ao sector de mobilização, Domingos Chinguemane, delegado político distrital de KaPfumu. Eles arrastaram consigo Rui Munona, membro da AMM e delegado político distrital de KaLhamanculo, Nelson Cristóvão, delegado político distrital de KaMaxaquene, entre outros de diferentes áreas.
“O partido não tem um projecto sério para governar” o país e “não pode ser uma alternativa de governação”, afirmaram, durante a sua apresentação numa estância hoteleira em Maputo, na sexta-feira (29).
Segundo Ismael Nhacucue, no MDM há problemas de convivência entre os membros que pensam de forma diferente, o que é agravado pelo facto de se ter criado grupos de interesses serviçais à família Simango.
Eles acusam ainda o partido de ter iniciado uma investida de combate aberto ao debate de ideais logo depois do Primeiro Congresso, no qual a liderança afastou da Comissão Política Nacional, em Abril passado, militantes como Venâncio Mondlane, Manuel de Araújo e Geraldo de Carvalho.
O @Verdade perguntou a Nhacucue e seus sectários quantos elementos desertaram da capital do “Galo” para a “Perdiz”, na capital do país, mas eles não souberam estimar o número. “São muitos e estamos a falar de toda a cidade de Maputo (...)”.
Internamente, as eleições não são aceites, todas as propostas para a democratização do partido foram chumbadas e os seus mentores marginalizados. Há uma tendência de transformar o MDM “num regulado”, de acordo com o mesmo grupo recém-filiado à Renamo. As manipulações e o mau ambiente de que se queixam os desertores daquela formação política atingiam igualmente as ligas da Juventude e da Mulher, devido à intenção de se restringir as liberdades de expressão e de opinião.
Por seu turno, Gania Mussagy, membro da Comissão Política da Renamo, disse a jornalistas que o grosso dos que se entregaram ao seu partido já foram membros da “Perdiz”.
“Se regressaram é porque admiram a nossa ideologia e confiam em nós”, em resultado de terem ajudado na formação da Renamo.
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