Emmerson Mnangagwa pediu que o Zimbabwe se una sob sua presidência ao fazer o juramento de posse como Presidente neste domingo, após uma eleição divisiva que, segundo os observadores dos Estados Unidos da América, colocou as credenciais democráticas do país em dúvida.
O Tribunal Constitucional confirmou Mnangagwa como presidente na sexta-feira, rejeitando um desafio de Nelson Chamisa, o homem a quem ele derrotou na votação de 30 de Julho.
Milhares de zimbabwenos e líderes estrangeiros, incluindo Cyril Ramaphosa, da África do Sul, ou Carlos Agostinho do Rosário, de Moçambique, reuniram-se no estádio nacional de Harare para a posse de domingo.
“Eu peço que tenhamos um compromisso coletivo de desenvolver nossa pátria. O que nos une é maior do que o que jamais poderia nos dividir”, disse Mnangagwa aos participantes das eleições em seu discurso de posse.
Ele também reafirmou as promessas de campanha, de reviver a fragilizada economia do Zimbabwe e liquidar dívidas pendentes com credores estrangeiros, e reiterou que organizaria uma investigação independente sobre uma repressão “lamentável e inaceitável” do exército após a votação em que seis pessoas morreram.
“Agora é a hora de todos nos unirmos como nação e desenvolvermos nossa economia”, disse Mnangagwa. Na eleição, Mnangagwa chegou por pouco ao patamar de 50% dos votos de que precisava para evitar uma segunda volta.
A votação foi apresentada como um passo crucial para eliminar a reputação de pária que o Zimbabwe conquistou com o antecessor de Mnangagwa, Robert Mugabe, e assegurar o financiamento de doadores internacionais.
Mas horas antes da posse de Mnangagwa, o Instituto Republicano Internacional e o Instituto Nacional Democrático disseram que o país carecia de uma “cultura democrática tolerante”, na qual os partidos políticos fossem tratados igualmente e que os cidadãos pudessem votar livremente.
A eleição foi maculada por lapsos processuais e seguida pela repressão contra os partidários da oposição, o que lembrou as tácticas de segurança que marcaram o governo de Mugabe por 37 anos.
Esses eventos mancharam as promessas que Mnangagwa fez durante a campanha para romper com a corrupção e a má administração que se tornaram endémicas sob Mugabe, que foi deposto em um golpe em Novembro.
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