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quinta-feira, 2 de agosto de 2018

@Verdade Editorial: Cada vez mais no fundo do pântano

Diz o dito popular que “a mentira tem perna curta” e para o caso de Moçambique parece ter perna muito menor do que se imagina. O Presidente da República, Filipe Nyusi, andou a cantar aos quatro ventos que o país estava a iniciar a fase “pós-crise”, garantindo que a economia nacional está em franca recuperação. Porém, a realidade o desmente de forma vergonhosa, passando-o o atestado de maior mentiroso de todos os tempos.

Uma prova disso é o facto de os bancos comerciais, na sua maioria que obtiveram lucros bilionários inéditos com a crise financeira do país e as dívidas ilegais, deixaram de comprar Títulos do Tesouro que têm sido usados pelo Governo para financiar o Orçamento de Estado cada vez mais deficitário desde a descoberta das dívidas da Proindicus e MAM. Hoje parece que ninguém tem dúvidas de que andamos a ser enganados, pois é cada vez mais evidente que Nyusi, para além de tentar tampar o sol com a peneira, andou a lançar areia para os olhos dos moçambicanos menos atentos com o seu discurso demagógico segundo o qual moçambicanos deviam passar a viver só com o que dispõem internamente.

Essa suposta “brilhante” ideia surge no seguimento da suspensão do Programa financeiro do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do apoio directo ao Orçamento de Estado pelos Parceiros de Cooperação, que condicionaram a retomada do apoio ao esclarecimento das dívidas contraídas ilegalmente. Presentemente, Moçambique é um dos países mais infames no mercado financeiro internacional, devido aos calotes que deu aos seus credores. Internamente, os bancos comerciais que operam no nosso país também não escaparam, razão pela qual já não confiam no Governo da Frelimo.

A cada dia que passa fica mais claro que o país continua a afundar-se na lama, não se vislumbrando dias melhores para os moçambicanos. Nem o tal futuro prometido pela Frelimo vislumbra-se a curto ou médio prazo. Os moçambicanos vão continuar a assistir subidas galopantes dos bens de primeira necessidade, para além de cortes de orçamento em áreas essenciais, como a saúde e educação.

Diante dessa situação deveras preocupantes, o Chefe de Estado viaja pelo país sem agenda definida. Se não está a lançar a “primeira pedra” de empreendimentos privados ou a inaugurar isto e aquilo, Nyusi está encenando as suas favoritas peças teatrais, interrogando o bando de incompetentes que lhes foi confiado alguns serviços nos governos distritais e provinciais.



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