O Governo moçambicano pretende colocar o País, até 2025, na lista dos destinos turísticos mais visitados do continente africano como fruto das medidas que têm sido tomadas com vista a impulsionar o sector, tais como a facilitação do movimento de turistas através da flexibilização da emissão do visto de fronteira, o incremento do número de pontos de entrada ao País e a liberalização do espaço aéreo nacional, que permitiu a entrada de novas companhias aéreas e a consequente promoção do turismo doméstico e criação de pacotes, roteiros e excursões a preços competitivos.
Esta pretensão foi manifestada na terça-feira, pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, no discurso de abertura do Congresso Internacional sobre Cultura e Turismo, organizado pela Universidade Politécnica, em parceria com o Ministério da Cultura e Turismo e a Universidade do Minho (Portugal), sob o lema “Cultura e Turismo, como Factores de Desenvolvimento, Promoção da Paz e Aproximação entre as Nações”.
Na ocasião, o Chefe de Estado desafiou os académicos a desenvolverem estudos mais aprofundados que possibilitem uma maior aferição, compreensão e aproveitamento do potencial cultural e turístico que o País possui neste sector, que emprega mais de 63 mil trabalhadores. Aos académicos, Filipe Nyusi incentivou-os ainda a contribuírem na definição de “estratégias de transformação do potencial que o País detém em factores de geração de receita e em alavancas do crescimento económico e do desenvolvimento integrado e sustentável”.
Num outro desenvolvimento, o Presidente da República reconheceu que o aproveitamento das potencialidades deste sector não pode ser feito de forma isolada pois “exige uma pluralidade de serviços (vias de acesso, água, serviços de saúde, infraestruturas, segurança, entre outros), cuja provisão passa pela criação de um ambiente harmonioso e favorável ao investimento nacional e internacional”.
Na mesma vertente, o chanceler da Universidade Politécnica, Lourenço do Rosário, apontou a paz como elemento fundamental para transformar o turismo num dos pilares para o desenvolvimento da economia.
Na sua intervenção, Lourenço do Rosário realçou o apoio e a contribuição do Governo, através do Ministério da Cultura e Turismo, na organização deste congresso, o que, para si, “demonstra que há mais pontos de convergência do que divergências entre os governantes e governados, quando se utiliza a academia como seu sedimento”.
Por seu turno, Moisés de Lemos, presidente da Comissão Executiva do congresso e representante da Universidade do Minho, explicou que o evento tem, entre vários, o objectivo de promover o desenvolvimento de estudos culturais no espaço da língua portuguesa, bem como reforçar o papel internacional das comunidades científicas dos países de expressão portuguesa.
“O evento visa contribuir para a construção do espaço transnacional e transcultural da língua portuguesa, fazendo dela um espaço que respeita as diferenças e reunifica as línguas nacionais. Esperamos que as interrogações específicas sobre cultura e turismo obtenham, aqui, as melhores respostas”, referiu.
Importa realçar que o Congresso Internacional sobre Cultura e Turismo, que reuniu académicos, investigadores e profissionais das áreas de estudos culturais, turismo, comunicação, e de outras áreas das ciências sociais e humanas, enquadra-se na missão do Ministério da Cultura e Turismo de fazer do sector um instrumento ao serviço do desenvolvimento social e económico, através da consolidação da moçambicanidade, da consciência patriótica, da identidade e unidade nacional, da educação artística e da prática do turismo sustentável.
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