O primeiro-secretário da Frelimo na cidade de Maputo, Francisco Mabjaia, já não é “todo-poderoso”. Foi deposto, na madrugada de quarta-feira (05), do cargo que sempre desejou e arquitectou várias artimanhas para consegui-lo. Aliás, todo o secretariado caiu “por má direcção e prepotência do seu líder”, bem como “por intrigas no seio dos camaradas”, apurou o @Verdade.
Para além de Francisco Mabjaia, foram também destituídos Maria Sales e Isilda Zandamela e Alexandre Muianga. Francisco Mabjaia chegou ao Secretariado do Comité da Cidade substituindo Hermenegildo Infante, eleito deputado da Assembleia da República (AR) em 2014.
Quando completou o mandato, ele concorreu à sua própria sucessão e fez uma série de artimanhas para se manter no cargo. “instrumentalizou, subornou os apoiantes dos seus potenciais adversários e orientou as organizações sociais da Frelimo a centralizarem as tenções e o apoio à sua candidatura.”
Reeleito, em Junho de 2017, Francisco Mabjaia – conhecido pelo cognome de “todo-o-terreno” no seio do seu partido, por conta da procura de notoriedade a todo custo entre os camaradas – sempre foi contestado e nunca reconhecido como um verdadeiro líder. Contudo, o homem que surpreendeu a tudo e todos tentando oferecer um tractor ao Chefe do Estado, no XI Congresso da Frelimo, recorreu a subornos para fragilizar os que se posicionavam contra as suas aspirações e desígnios supostamente contra a linha do partido, disseram as nossas fontes.
Na ocasião, Margarida Talapa, membro da Comissão Política, apelou aos camaradas a reforçar a unidade e a coesão interna do partido, bem como a Mabjaia, particularmente, a continuar humilde que sempre foi. Porém, durante o reinado de Mabjaia, nem uma nem outra coisa houve. “Ele era um déspota”, disseram fontes do @Verdade.
A contestação do primeiro-secretário avolumou-se aquando da apreciação do “relatório balanço do gabinete de preparação das eleições autárquicas de 2018” em consequência de se ter constatado que o documento apresentava várias incongruências, incluindo uso não justificado e supostamente para fins pessoais de fundos destinados ao escrutínio.
Na sequência, um grupo de camaradas submeteu uma carta aos órgãos superiores da Frelimo exigindo a realização de uma sessão extraordinária. Todavia, o primeiro-secretário, mostrou-se contra. E não parou por aí: iniciou uma série de ameaças aqueles que estavam a favor do referido evento, bem como do seu afastamento da liderança do secretariado.
Na sessão extraordinária que culminou com a sua destituição, Mabjaia foi destratado e humilhado perante os seus correligionários. Recebeu apupos, insultos e foi confrontado com acusações de perseguições e aliciamento de colegas com ideias contrárias às suas. “A Frelimo é de todos os militantes, incluindo os que que não fazem parte do Comité da Cidade de Maputo”, disseram os camaradas ajuntando que “os processos eleitorais devem ser geridos com cuidado e transparência.”
Aliás, Mabjaia viu a sua continuidade no cargo fortemente ameaçada durante a preparação das recentes eleições autárquicas, quando ele foi acusado de ter orquestrado a exclusão de Samora Machel Júnior da lista das candidaturas internas do partido.
“Samito”, como é carinhosamente tratado, candidatou à presidência do município de Maputo, nas eleições autárquicas de 10 de Outubro passado, pela Associação Juvenil para o Desenvolvimento de Moçambique (AJUDEM).
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) chumbou a candidatura daquela agremiação e do seu cabeça-de-lista por insuficiência de suplentes para preencher os lugares vagos em consequência da renúncia de quatro membros.
Mabjaia é acusado de ter sido o mentor de toda a tramoia que culminou com a inviabilização da candidatura de Samora Machel Júnior nas eleições internas da Frelimo para as “autárquicas de 2018”, bem como da AJUDEM.
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