O Presidente de Moçambique, que no passado sábado(12) felicitou Félix Tshisekedi pela eleição como Presidente da República Democrática do Congo(RDC), gazetou a cimeira de emergência realizada nesta quinta-feira(17), na Etiópia, sobre o impasse que se verifica naquele país da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral(SADC, na sigla em inglês) e que pediu “a suspensão da proclamação dos resultados definitivos das eleições”. O @Verdade apurou que Filipe Nyusi esteve na capital moçambicana sem nenhuma agenda oficial.
A Cimeira de urgência da SADC, convocada pelo Presidente da União Africana(UA), e do Ruanda, Paul Kagame, tinha como objectivo realizar consultas “de alto nível” sobre a situação na RDC, na sequência do anúncio dos resultados das eleições gerais de 30 de Dezembro.
Segundo os resultados publicados pela Comissão Eleitoral Nacional Independente(CENI), o candidato Félix-Antoine Tshisekedi Tshilombo venceu o escrutínio com sete milhões, 51 mil e 13 votos (38,57%), à frente de Martin Fayulu Madidi com seis milhões, 366 mil e 732 votos (34,83%) e de Emmanuel Shadary com quatro milhões, 357mil e 359 votos (23,84), a uma taxa de participação de 47,56 porcento.
No entanto Martin Fayulu Madidi interpôs recurso no Tribunal Constitucional por discordar dos resultados.
A Conferência Episcopal Nacional do Congo tinha afirmado afirmou que “constatamos que os resultados das eleições presidenciais tal como publicados pela CENI não correspondem aos dados recolhidos pela nossa missão de observação eleitoral, a partir das assembleias de voto e dos centros de apuramento”.
Adicionalmente dados recolhidos a partir das máquinas de voto electrónico, feita por media internacionais como o Financial Times, apontam claramente em sentido contrário, coincidindo essa conclusão da Conferência Episcopal do Congo que teve 40 mil observadores a acompanharem o escrutínio no terreno.
Após a cimeira, que aconteceu em Addis Abeba, na Etiópia, a SADC que no domingo(13) havia pedido “uma recontagem” lançou um apelo aos políticos congoleses para “manterem a paz até que o recurso – submetido por Fayulu - seja analisado pelo Tribunal Constitucional” e pediu “a suspensão da proclamação dos resultados definitivos das eleições”.
A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral pediu ao povo congolês para "Manter a calma e agir de forma a consolidar a democracia e preservar a paz e colocar nas instituições próprias quaisquer divergências de forma a cumprir com o estipulado pela Constituição".
O bloco africano, do qual faz parte a República Democrática do Congo e mais 14 países, incluindo Moçambique, endereçou ainda um pedido à comunidade internacional para que “respeite a soberania e a integridade territorial da RDC”, bem como o respeito pela Constituição do país e o processo eleitoral em curso até ao fim.
O Chefe de Estado moçambicano, que não teve agenda oficial nesta quinta-feira, foi um dos ausentes desta cimeira de emergência que além de Paul Kagame contou com a presença dos presidentes da Zâmbia, Edgar Lungu, da Namíbia, Hage Geingob, de Angola, João Lourenço, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa.
No passado sábado Nyusi enviou uma mensagem para Félix Antoine Tshisekedi Tshilombo declarando que: “Foi com satisfação que tomei conhecimento sobre a Vossa nomeação como Presidente da República Democrática Congo, na sequência das eleições Gerais realizadas a 30 de Dezembro de 2018.
A Vitória de Vossa Excelência testemunha o enorme apoio do Povo da República Democrática do Congo e confiança no Vosso empenho de servi-los e trabalhar em prol dos interesses nacionais da República Democrática do Congo e de todos os Compatriotas.
via @Verdade - Últimas http://bit.ly/2FLrx4C
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