Missael Baruc Nhocoloua, Eunésio Flávio Chissaque e Paulo Junta Jornão são três jovens da cidade de Nampula que estão a mudar o paradigma da produção agrícola na sua zona de actuação. Já não dependem da chuva, desde que recentemente passaram a usar pequenos sistemas eléctricos solares para irrigar as suas culturas.
Com um financiamento de 600 mil meticais, disponibilizado pelo programa Agro-Jovem, financiado pela DANIDA e implementado pela Gapi-SI, estes criaram, há seis meses, a empresa Africa Energy Service, cujo impacto já se faz sentir nas localidades arredores da cidade de Nampula, respondendo às necessidades dos diversos tipos de clientes, desde produtores até complexos turísticos.
Os beneficiários foram propostos pelo parceiro de implementação a Universidade Politécnica –Delegação de Nampula, uma vez terem sido formados naquela instituição de ensino, em sistemas eléctricos.
“Após o financiamento, já montamos um sistema de painel solar numa quinta na localidade de Muezia (a 30km de Nampula) que se dedica à avicultura, cunicultura e horticultura; outro sistema num complexo turístico, no distrito de Mossouril que também realiza actividades pesqueiras e venda de mariscos no mercado nacional e externo e estamos, actualmente, a montar em Mecuburi um sistema de irrigação e de energia renovável para produção de frangos e ração", afirmaram.
“É uma excelente iniciativa dos jovens em apostar numa actividade que de forma directa contribui para o funcionamento de outros negócios, de uma forma limpa, isto é, usando energias renováveis que tem em conta o impacto ambiental. Nós, como Gapi estamos bastante satisfeitos com os resultados até agora apresentados”- disse o ponto focal do programa na Delegação de Nampula, Manuel Dias.
O programa Agro-Jovem tem em vista estimular o empreendedorismo no seio de jovens recém-formados em matérias relevantes para o desenvolvimento de negócios com impacto positivo na segurança alimentar. Este programa já financiou 84 novas pequenas empresas de jovens por todo o País.
A média da taxa de juro aplicada pela Gapi a estas empresas jovens é de aproximadamente 10 por cento ao ano. As empresas que tiverem sucesso na implementação dos seus projectos e pagarem o crédito irão receber de volta parte do crédito que tiverem reembolsado. Através desta metodologia, designada “Seed Capital” (capital inicial), a Gapi, com o apoio da Dinamarca, está a contribuir para o surgimento de uma camada empresarial jovem, capitalizando os que demonstrarem mais empenho e capacidade.
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