Uma semana após o Ciclone tropical IDAI ter “massacrado” o Centro de Moçambique ainda existem pessoas sitiadas nas copas das árvores e tectos de casas nas províncias de Sofala e Manica. “A área afectada é muito maior do que a gente pensava, são quase 125 quilómetros de áreas de cheias” actualizou Saviano Abreu do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários. A localização de mais 92 cadáveres elevou para 294 o número de vítimas mortais.
Em Nhamatanda foram encontrados 47 corpos a boiarem nas águas que desde sábado inundam este distrito da província de Sofala, revelou Tozé José, o Administrador, que indicou existirem outras comunidades sob água com as quais ainda não houve comunicação.
Na vizinha província de Manica outros 45 cadáveres foram retirados das águas no posto Administrativo de Dombe, no distrito de Sussundenga, informou o Governador Manuel Rodrigues.
Desde terça-feira (19) que o Governo não actualiza publicamente os números de afectados e principalmente das vítimas mortais.
“Em relação sobre os óbitos ainda poderemos actualizar os números, a cada momento que passa os números estão a ser muito elevados. Quando baixa as inundações consegue-se descobrir mais corpos no dia em que fizemos a Declaração a Nação e ao mundo já dizíamos que com o tempo os números iriam subir e é o que está acontecer”, declarou o Presidente Filipe Nyusi em Tete, onde além de visitar as áreas afectadas esteve na Hidroeléctrica de Cahora Bassa que atingiu o seu nível de enchimento e vai aumentar as suas descargas que deverão inundar a Região do Baixo Zambeze nos próximos dias.
Baseadas no Aeroporto Internacional da Beira continuam as operações de busca e salvamentos de um sem número de pessoas que pelo desde sábado, quando as bacias do Búzi e Púnguè inundaram devido a água vinda do Zimbabwe, estão sitiadas em árvores e nos tectos das poucas habitações de alvenaria que existem nos distritos submersos.
As autoridades estimaram em 60 mil os cidadãos a serem resgatados só na província de Sofala mas existem muitos outros na província de Manica porém Saviano Abreu, gerente de comunicações do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), disse nesta quinta-feira (21) à Rádio Moçambique que: “Tem várias áreas que a gente descobriu ontem que estão debaixo de água que não tínhamos essa informação. A área afectada é muito maior do que a gente pensava, são quase 125 quilómetros de áreas de cheias”.
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