O presidente do partido Renamo acusou nesta quarta-feira (29) o partido Frelimo de organizar “esquemas fraudulentos” durante o Recenseamento para as Eleições Gerais de Outubro próximo como forma de “perpetuar-se no poder de forma ilícita e ilegítima”. Ossufo Momade exigiu a prorrogação do registo de eleitores, que termina nesta quinta-feira (30), e avisou que o partido de oposição não vai “aceitar abusos do Regime e muito menos a violação dos direitos dos moçambicanos”.
Início tardio do recenseamento, principalmente nas províncias de forte influência da Renamo, avarias das máquinas de registo e falta de energia para o seu funcionamento, recenseamento de menores em Gaza e Tete, promoção de dupla inscrição de funcionários públicos são algumas das muitas irregularidades que o maior partido de oposição afirmou ter constatado e reportado a Comissão Nacional de Eleições e considera que o silêncio do Governo da Frelimo, “sereno e impávido” é “prova do seu envolvimento criminoso nestes actos que atentam a democracia e a paz”.
Momade, que falou a jornalistas em teleconferência a partir da Serra da Gorongosa, acusou ainda o partido Frelimo: “De forma hipócrita engana todo um povo e a Comunidade Internacional que quer a paz quando na verdade de forma camuflada promove a guerra entre os moçambicanos depois de cada processo eleitoral. Fica claro que ao organizar estes esquemas fraudulentos a Frelimo pretende perpetuar-se no poder de forma ilícita e ilegítima”.
O líder do maior partido da oposição em Moçambique, que ainda não entregou as armas que possui e nem desmobilizou todos os seus guerrilheiros, reafirmou o compromisso com a paz e reconciliação no entanto avisou que isso não significa: “aceitar abusos do regime e muito menos a violação dos direitos dos moçambicanos e dos princípios mais elementares do Estado de Direito Democrático. Não aceitamos nem toleramos estas manobras dilatórias e fraudulentas”.
“Perante um recenseamento eleitoral coberto por graves problemas que põem em causa eleições justas, livres e transparentes, a Renamo exige a prorrogação do recenseamento eleitoral, sem no entanto pôr em causa o dia da votação”, afirmou Ossufo Momade que exigiu, novamente, a demissão do Director-Geral do Secretáriado Técnico de Administração Eleitoral, Felisberto Naife, a quem responsabiliza também pelos problemas no registo e pediu a intervenção da Procuradoria-Geral da República para averiguar uma “burla ao Estado” nos equipamentos Mobile ID que foram adquiridos.
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