Os dividendos da fundição Mozal para o Estado moçambicano em 2018 caíram 50,3 por cento, num ano em que manteve a sua produção recorde, os preços do alumínio aumentaram e as suas receitas em Dólares norte-americanos cresceram.
A Conta Geral do Estado de 2018 revela que a Mozal, onde o Estado moçambicano é accionista preferencial com 3,9 por cento, gerou dividendos de 181,9 milhões de Meticais (pouco mais de 3 milhões de Dólares), cerca de metade do que pagou em 2017.
Questionada pelo @Verdade sobre os motivos que ditaram redução de dividendos para Moçambique a empresa começou por esclarecer que “os dividendos sobre os lucros são pagos em proporção às acções que o Estado tem na Mozal”.
“A variação no montante dos dividendos pagos ao Estado estão directamente relacionados com a rentabilidade da empresa que no ano em questão o que é influenciado pelo preço do alumínio e de outras mercadorias no mercado internacional”, explicou a Mozal ao @Verdade.
Contudo, e embora a Mozal não publique as suas Demonstrações Financeiras auditadas em Moçambique, o @Verdade apurou no Relatório e Contas do principal accionista, a South32, uma mineradora australiana, que em 2018 a empresa produziu 271 mil toneladas de alumínio, “produzindo na sua capacidade máxima”.
A South32 reporta aos seus accionistas que graças a essa produção conjugada com o aumento do preço do alumínio em 20 por cento as receitas da Mozal cresceram para 629 milhões de Dólares norte-americanos o que resultou num aumento em 30 por cento dos lucros.
Paradoxalmente durante o ano de 2017 a Mozal obteve receitas de menores, de 521 milhões de Dólares norte-americanos, no entanto pagou 366,3 milhões de Meticais em dividendos ao Estado moçambicano.
Primeiro megaprojecto a instalar-se em Moçambique em 1998 a Mozal quase não gera mais receitas para Estado além dos dividendos pois tem isenções de Imposto sobre o Valor Acrescentado, Contribuição Industrial, Contribuição Predial urbana, imposto sobre a sua produção(Royalties), e também não paga os 32 por cento do Imposto sobre Rendimento das Pessoas Colectivas. Actualmente emprega pouco mais de 100 pessoas.
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