Iniciou no passado sábado (31) a campanha para as eleições do próximo dia 15 de Outubro. Candidato a sua própria sucessão Filipe Nyusi, que está em campanha há vários anos, não deverá ter dificuldades em continuar na Ponta Vermelha porém o seu partido, ensombrado pelas dívida ilegais, terá de esforçar-se para manter a maioria dos assentos na Assembleia da República mesmo enfrentando uma Renamo divida e sem Afonso Dhlakama. Interessante será ainda verificar quantos Governadores o maior partido de oposição, que forçou a descentralização, consegue eleger.
Desconhecido até tornar-se no 4º Presidente de Moçambique Filipe Nyusi leva a vantagem de enquanto Chefe de Estado, e com meios públicos, ter percorrido cada um dos distritos no nosso país, tornando-se conhecido até em povoações recônditas, onde mostrou alguma da obra que conseguiu realizar num mandato ensombrado pelas dívidas ilegais da Proindicus, EMATUM e MAM.
Ossufo Momade é um ilustre desconhecido que está na corrida como a lebre é usada no atletismo enquanto Daviz Simango não tem bases de apoio suficientes para chegar à Chefe de Estado, mas será interessante contar em quantos votos resultarão a exposição mediática que tem conseguido particularmente graças ao Ciclone Idai.
Forçar o Presidente do partido Frelimo a negociar com a Assembleia da República a implementação do pouco realista Plano Quinquenal deveria ser o manifesto eleitoral dos partidos da oposição em Moçambique, que se digladiassem menos entre si e resolvessem os seus problemas internos poderiam tirar muito proveito político do escândalo das dívidas ilegais que empurrou o país para a crise em 2016.
Com uma gestão eficiente da detenção do ex-ministro Manuel Chang e a detenção de “peixe miúdo” para os moçambicanos verem alguns culpados pelo maior escândalo de corrupção do nosso país o partido que governa Moçambique desde a independência procura neste pleito recuperar a maioria qualificada que já teve na “Casa do Povo”.
E a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) poderá aproveitar-se das divisões no seio Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), mesmo que Mariano Nhongo não concretize as ameaças de retorno à guerra já evidenciou as desuniões que só o falecido Afonso Dhlakama conseguia apaziguar o que poderá tornar difícil ao partido aumentar os 89 deputados que teve na VIII Legislatura da Assembleia da República.
Menos difícil será o partido Renamo traduzir em votos para os seus cabeças de lista à Governadores o apoio que aparentemente granjeia nas províncias do Centro e Norte de Moçambique.
Apesar de serem os 23 partidos, mais 2 coligações, que disputam a eleição Legislativa o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) tem espaço para manter-se como a terceira força política no nosso país o desafio é saber com que dimensão. Conseguirá pelo menos manter os 17 deputados que teve ou mostrará a sua força e aumentará a sua representação parlamentar?
São dúvidas para esclarecer depois de 15 de Outubro, tal como ver o sentido de voto dos fantasmas de Gaza e se a abstenção continuará a ser outra das vencedoras das eleições em Moçambique.
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