A Incubadora de Negócios do Standard Bank acolheu, recentemente, um debate sobre a manutenção de infraestruturas de tecnologias de informação e comunicação (TIC), durante o qual profissionais da área defenderam a necessidade de as pequenas e médias empresas (PME), assim como as startups terceirizarem a gestão e manutenção dos serviços inerentes à tecnologia para poderem concentrar-se no seu negócio.
Durante o debate, organizado pela Tic Tech Talk em parceria com a Associação Moçambicana de Profissionais e Empresas de Tecnologias de Informação (AMPETIC), os oradores consideraram que, ao chamar para si a responsabilidade de gerir e manter infraestruturas de tecnologias de informação e comunicação, as PME podem perder o foco do seu negócio e, consequentemente, não obter retornos do seu investimento.
“As PME devem deixar os profissionais tratarem disso. As empresas de tecnologia investem elevadas somas de dinheiro na criação de data centers e infraestruturas críticas necessárias para que as PME trabalhem. Ou seja, elas absorvem o maior stress em termos de investimento (habilidades necessárias para a gestão e manutenção, técnicos, segurança, entre outros aspectos)”, disse Eugénio Novele, director técnico da Internet Solutions Moçambique. A vantagem da terceirização destes serviços, acrescentou Eugénio Novele, é que as PME passam a dedicar-se única e exclusivamente ao seu negócio.
“Elas passam a ter mais tempo para se preocupar com o mercado e a concorrência, bem como com o que acontece na sua área de negócio”. “Já temos, no País, empresas que fazem isso, com clouds e sistemas locais. Conferem maior flexibilidade em termos de conectividade e permitem que as PME se foquem naquilo que é o seu dia-a-dia”, sublinhou.
Na ocasião, Célia Hofmeister, directora executiva da Tsolnet Moçambique, apelou às PME e startups nacionais que actuam na área das TIC a firmarem parcerias com empresas experientes e de créditos reconhecidos para prestarem serviços às multinacionais. Em paralelo, devem investir na formação para, a médio ou longo prazo, serem autónomas.
“As parcerias devem trazer conhecimento, experiência e, acima de tudo, segurança. Acredito que temos bastante potencial no País, mas precisamos de estar expostos às tecnologias e investir na formação”. Estes debates, de acordo com Cíntia Banze, representante da AMPETIC, têm como objectivo contribuir para o desenvolvimento das TIC no País, através da promoção da interacção entre os profissionais e empresas da área.
“A ideia é falar sobre questões correntes de tecnologia. Desta vez falamos da problemática das PME que têm de gerir e manter infraestruturas tecnológicas sem que esse seja o seu negócio”, referiu Cíntia Banze. Por seu turno, David Dimande, técnico de infraestruturas tecnológicas, realçou a importância do evento, que, na sua opinião, contribui para a troca de experiências entre os profissionais.
Entretanto, reforçou a importância da participação de estudantes, que devem preocupar-se em projectar as suas carreiras. “Eles serão contratados pelas empresas, por isso devem participar nestes fóruns para aprenderem com os mais experientes”. Para além de Eugénio Novele e Célia Hofmeister, o debate teve como oradores Pedro Fernandes (director executivo da Área de Desenvolvimento e Integração de Aplicações na Vodacom), Victor Mourana (director executivo regional de Serviços Profissionais na Microsoft) e Sides Chissaque (fundador e director-geral da Brainstorm Academy).
Importa realçar que a Incubadora de Negócios do Standard Bank é um empreendimento concebido no âmbito da visão e estratégia do banco, cuja materialização passa pela implementação de iniciativas que fomentam a inovação e o empreendedorismo, que são os mentores do crescimento económico do País.
Para além do espaço físico, a incubadora oferece desde a formação até à interação com outras empresas e órgãos ou entidades governamentais, tendo em vista a criação de condições para o surgimento e estabelecimento de empreendimentos sustentáveis, que terão um impacto positivo na economia e na sua cadeia de valores, gerando riqueza e inclusão financeira para os cidadãos.
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