A produção de Gás Natural Liquefeito (GNL), na Bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, deve servir de catalisador do desenvolvimento de outros sectores produtivos, que podem ampliar e diversificar a economia moçambicana, tais como a agricultura e a manufactura.
Esta recomendação foi feita por Sola David-Borha, administradora executiva para a região africana do Grupo Standard Bank, recentemente, em Maputo, numa reflexão sobre as reformas que o país deve introduzir no sector de energia para oferecer vantagens competitivas e tornar-se num dos principais fornecedores de GNL no mundo.
“Moçambique tem a sorte de poder aprender de outras nações com recursos energéticos, como o gás, e tomar, assim, melhores decisões que terão impacto na economia e na vida dos cidadãos”, frisou Sola David-Borha.
A administradora executiva para a região africana do Grupo Standard Bank indicou a Nigéria como exemplo de uma economia dependente apenas dos recursos petrolíferos. Infelizmente, conforme salientou Sola David-Borha, a Nigéria ignorou a sua base agrícola e muitos outros sectores produtivos, com a descoberta do petróleo: “Hoje existe uma certa dependência dum recurso cujo preço é ditado pelo mercado internacional e isso afectou a economia”, disse.
Num outro desenvolvimento, a administradora executiva para a região africana do Grupo Standard Bank indicou que o GNL tem uma característica singular, pois tem valor a partir da altura da extracção.
Entretanto, Sola David-Borha destacou a importância de diversificar os sectores da economia, pois, além de reduzir a dependência dum único sector ou recurso, concentra o interesse e a actividade dos investidores nos sectores com potencial de crescimento. Esta particularidade aumenta as oportunidades de criação de mais-valias e de investimento na economia nacional.
“É fundamental que Moçambique aproveite a oportunidade que o GNL oferece para desenvolver os outros sectores produtivos. Por exemplo, foram feitos compromissos de conteúdo local no valor de 5 biliões de dólares norte-americanos. Para fazer face a essa necessidade de diversificação da economia em Moçambique, Sola David-Borha elogiou o Governo moçambicano e o Banco Central pela gestão da política macroeconómica.
O regresso à estabilidade macroeconómica é essencial para Moçambique atingir o seu potencial de crescimento. Isto significa que o Banco Central e o Ministério da Economia e Finanças têm um papel crucial a desempenhar no apoio às reformas estruturais e melhorias na governação que conduzam a economia a um ambiente de taxas de juro reais mais baixas, previsibilidade da inflação, estabilidade da moeda e consolidação fiscal contínua através de políticas macroeconómicas sólidas.
Sola David-Borha indicou ainda que a participação do sector privado nos projectos de gás doméstico onshore requer quadros reguladores claros e transparentes. Projectos direccionados, como fertilizantes, gás para líquidos (GTL) e energia, são todos industrialmente diferentes, com vários requisitos comerciais.
Sola David-Borha também se referiu à economia altamente diversificada do Quénia: “É um país preparado para enfrentar quaisquer desafios, especialmente, os de natureza económica. Eles têm uma taxa de câmbio muito estável, e isso cria confiança nos investidores e encoraja-os a continuar a financiar a economia”, concluiu.
via @Verdade - Últimas https://ift.tt/316ifHE
0 comments:
Enviar um comentário