Apesar da sua Missão de Observação ter detectado “irregularidades e más práticas no dia eleitoral e durante o processo de apuramento de resultados” a Presidência da União Europeia (UE) reconheceu, enfim, a vitória de Filipe Nyusi e do partido Frelimo nas Eleições Gerais e Provinciais. A UE foi o único Parceiro de desenvolvimento que apoiou financeiramente a realização do escrutínio de 2019.
O Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, felicitaram Filipe Jacinto Nyusi pela reeleição para um segundo mandato como Presidente da República de Moçambique.
“Gostaríamos de reafirmar o forte compromisso da União Europeia de permanecer um parceiro-chave para Moçambique neste momento de oportunidade, assente na boa vontade gerada pelo histórico Acordo assinado em Maputo, em Agosto passado, e focado na concretização de reformas políticas e económicas”, indica um comunicado recebido pelo @Verdade nesta segunda-feira (20).
Charles Michel e Ursula Von Der Leyen concluem a mensagem com o “que o diálogo sobre a implementação das recomendações da recente Missão de Observação Eleitoral da União Europeia possa ser um catalisador nesse processo”.
É que os observadores europeus às eleições de 15 de Outubro “detectaram um número de irregularidades e más práticas no dia eleitoral e durante o processo de apuramento de resultados. As irregularidades incluíram enchimento de urnas, voto múltiplo, invalidação intencional de votos da oposição, e alteração de resultados de mesas de assembleia de voto com adição fraudulenta de votos extra”.
“Os observadores da UE notaram também dados improváveis de participação, grandes desvios de resultados entre mesas da mesma assembleia de voto, e em muitos casos membros de mesa, funcionários públicos e eleitores encontrados com boletins de voto fora das assembleias de voto. As irregularidades foram observadas em todas as províncias”, referiu a Missão de Observação Eleitoral da União Europeia em comunicado emitido a 8 de Novembro de 2019.
Os observadores europeus assinalaram ainda que “durante a contagem e o preenchimento dos dados nos editais não foram feitas verificações aritméticas, e a maioria dos membros das mesas observadas tiveram dificuldades em completar a documentação. Em 8 de 69 mesas de assembleia de voto observadas, um número de votos foram considerados inválidos mesmo sendo clara a intenção de voto”.
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