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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Um ano depois do Idai e do Kenneth a reconstrução ainda não recomeçou em Moçambique

Foto de Adérito CaldeiraQuase um ano após os ciclones Idai e Kenneth massacrarem o Centro e o Norte de Moçambique a reconstrução das habitações, instituições públicas, estradas e outras infra-estruturas ainda não começou. “É importante encontrarmos a saída para que o ano de 2020 seja de arranque efectivo das acções de reconstrução no terreno” declarou o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos após reunir-se com os Parceiros de Desenvolvimento. No ano passado foram apenas realizadas acções de emergência que custaram cerca de 162 milhões de dólares, para este ano a perspectiva é investir 189 milhões de dólares norte-americanos.

Abrigos e habitações temporárias, reparação e reabilitação de infra-estruturas escolares e de saúde, abastecimento de água, estradas, pontes foram algumas das actividades realizadas desde que o Ciclone Idai dilacerou a Região Centro, em Março de 2019, e o Ciclone Kenneth fustigou a Província de Cabo Delgado, em Maio passado e cujos custos ascenderam a 162 milhões de dólares.

Este montante é uma porção pequena dos 3,2 biliões de dólares pedidos pelo Governo de Filipe Nyusi durante a Conferencia de Reconstrução pós Idai e Kenneth e dos quais foram confirmados através de Acordos Financeiros apenas 635 milhões de dólares.

O director-executivo Gabinete de Reconstrução Pós-Ciclones, Francisco Pereira, revelou nesta quinta-feira (06), durante um encontro que juntou em Maputo as autoridades das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos e os Parceiros de Desenvolvimento, que existe um défice global de 1,8 bilião de dólares norte-americanos.

Francisco Pereira apresentou os planos iniciais da reconstrução, estimados em 189,2 milhões de dólares: apoio a recuperação social, sementes e kits de produção, apoio e recuperação do sector privado, reabilitação do Centro de Emprego da Beira, construção de infra-estruturas agrárias, reparação de mais algumas estradas e pontes, reabilitação de linhas de transmissão e de distribuição de energia, alojamento pós-ciclone, construção de infra-estruturas de abastecimento de água, construção de infra-estruturas escolares, construção de infra-estruturas de saúde, reabilitação de edifícios públicos.

“Queremos sair da análise documental para ver as coisas acontecerem no terreno”

Para o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, João Machatine, “é importante encontrarmos a saída para que o ano de 2020 seja de arranque efectivo das acções de reconstrução no terreno. Temos vários sectores de infra-estruturas, privadas e sociais, daquilo que pudemos constatar é que já estão garantidas verbas para que possamos agora arrancar no terreno com acções concretas”.

Foto de Adérito Caldeira“Deve haver mais pragmatismo nos processo, queremos sair da análise documental para ver as coisas acontecerem no terreno, estamos convictos que assim será, a avaliar pelo compromisso que foi novamente reiterado de que as acções vão arrancar”, apelou Machatine.

Pragmático o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos alertou: “Nós não nos podemos esquecer que temos o nosso plano normal de desenvolvimento da governação e é executado pelas mesmas pessoas que vão executar o processo de reconstrução, não basta só dizer que os recursos estão aí o mais importante é termos a capacidade de implementação dos projectos”.

O embaixador da União Europeia, António Sanchéz-Benedito Gaspar, falando em representação dos Parceiros de Cooperação, disse “agora já estamos a atingir uma velocidade de cruzeiro no que diz respeito aos esforços de reconstrução. Uma parte importante dos compromisso da Conferência da Beira já foram confirmados, mais de 1 bilião de dólares foram confirmados e já estão a ser implementados em diferentes programas”.



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