O Banco de Moçambique (BM) apurou que durante o ano de 2019, o saldo da balança comercial deteriorou-se em 1,1 bilião de dólares norte-americanos “devido ao aumento das importações, combinado com a redução de exportações, sobretudo as dos grandes projectos”. O nosso país despendeu 6,8 biliões de dólares na importação de bens e serviços principalmente da África do Sul e da China.
Na sua recente análise sobre a Conjuntura Económica e perspectivas de inflação o BM assinalou, do lado das importações, “o aumento da importação de bens de capital, material de construção e automóveis”.
Em 2019 o nosso país despendeu 6,8 biliões de dólares na importação de bens e serviços principalmente da África do Sul, China e de Singapura. Os gastos maiores, além de 1,3 bilião de dólares em maquinaria para os megaprojectos, foram 871 milhões de dólares em combustíveis líquidos, 693 milhões em alumínio bruto para a Mozal, 578 milhões em materiais de construção sem incluir o cimento e 378 milhões em automóveis.
“Por seu turno, a redução das exportações resultou do efeito combinado da queda dos preços internacionais das mercadorias e do impacto negativo dos ciclones Idai e Kenneth sobre a produção e escoamento de alguns produtos de exportação, tais como carvão mineral, rubis e areias pesadas. No caso do alumínio, os níveis de produção e consequente exportação foram condicionados pelas restrições no fornecimento de energia elétrica”, pode-se ler no documento divulgado semana passada.
Os megaprojectos de carvão mineral (Vale, ICVL e Jindal) e alumínio (MOZAL) são responsáveis por 69,49 por cento das exportações globais de Moçambique que no ano passado ascenderam a 4,7 biliões de dólares.
Entretanto o banco central refere que: “Apesar da deterioração da balança comercial, a conta corrente registou ganhos na ordem de 31,3 por cento, a reflectir a redução no défice da balança de serviços” e ressalva que “o saldo das reservas internacionais brutas aumentou para 3,9 biliões de dólares, valor suficiente para cobrir mais de 6,8 meses de importações de bens e serviços, excluindo as importações dos grandes projectos”.
Para 2020 o BM alertou que a epidemia do coronavírus, que tem na China o seu epicentro, poderá afectar indirectamente a Balança de Pagamentos devido a uma expectável “queda dos preços e procura das commodities no mercado internacional” sendo previsível, de acordo com o Banco de Moçambique que um abrandamento da procura global comprometerá a actividade produtiva dos megaprojectos, “como também a sua capacidade para disponibilizar divisas no mercado nacional, transmitindo os efeitos para a taxa de câmbio”.
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