Os residentes dos distritos de Macomia, Mocímboa da Praia, Palma, Nangade e Quissanga continuam a enfrentar falta de alimentos, devido a situação militar no Norte da Província de Cabo Delgado, enquanto a seca mantém famintos milhões de moçambicanos nas províncias de Gaza e Inhambane alerta a Rede de Sistemas de Alerta Antecipado de Fome (FEWS) que prevê que a insegurança alimentar vai tornar-se mais crítica até Abril.
“Muitas áreas de Moçambique continuam em stress alimentar, a assistência humanitária está a minimizar situações alimentares mais severas no Centro e Sul do país. Em algumas regiões da Província de Cabo Delgado a situação de crise alimentar deverá agravar-se até Abril. Depois do mês de Março, altura em que a assistência humanitária de comida deverá terminar, a situação de insegurança alimentar deverá manter-se e possivelmente no Centro do país. No Sul, onde registou-se fraca produção de alimentos, é expectável uma situação de crise alimentar”, reporta a FEWS publicado no último dia de Fevereiro.
O documento assinala também que o preço do milho está alto 25 a 75 por cento comparativamente a 2019 e 25 a 55 por cento acima da média comparativamente a outras altura de baixa oferta. “No geral, os preços dos alimentos básicos anormalmente altos reduzirão o poder de compra entre as famílias pobres, gerando aguda insegurança alimentar nas áreas em que as famílias dependem fortemente dos mercados, incluindo a Região Sul”, indica a publicação da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), recebido pelo @Verdade.
De acordo com a Rede de Sistemas de Alerta Antecipado de Fome, citando uma pesquisa do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional, foi registada uma prevalência de 6,5 por cento de Desnutrição Aguda no Distrito do Ibo e 2,1 por cento no Distrito de Namuni, na Província de Cabo Delgado.
A publicação refere ainda o aumento para 3,767 dos casos de pelagra, doença causada por uma deficiência nutricional, nos distritos da Beira, Buzi, Dondo e Nhamatanda, na Província de Sofala.
Tendo em conta que o Governo ainda está a preparar os seus instrumentos de política que só deverão ser aprovados em Abril é muito provável que estes milhão e pouco de moçambicanos continue com fome.
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