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quinta-feira, 16 de abril de 2020

Frelimo aprova Orçamento do Estado impossível de ser materializado em Moçambique

179 deputados do partido Frelimo cumpriram mais um ritual da nossa jovem democracia aprovando nesta quinta-feira (16) o mais irrealista e impossível de ser materializado Orçamento de Estado que Moçambique já teve e que, em poucos meses, deverá ser revisto para incluir o impacto económico da pandemia da covid-19 que arrastará o nosso país para uma recessão sem precedentes, tal como está acontecer em todo o mundo.

A irresponsabilidade e inconsciência dos deputados do partido Frelimo foi argumentada pela deputada Catarina Dimande: “esta lei de orçamento fala a verdade à Nação moçambicana. Fala à verdade porque numa altura em que persistem incertezas quanto as perspectivas de crescimento da economia mundial, dada a eclosão da covid-19, uma pandemia que já está a fectar negativamente alguns sectores de actividade no nosso país, num momento em que o país procura implementar o plano de reconstrução pós ciclones Idai e Kenneth com as atenções orientadas para a normalização da vida da população e do tecido empresarial das zonas afectadas, e numa altura em que se registam os tristes episódios de ataques armados nas zonas Centro e Norte do país que podem condicionar as perspectivas de crescimento económico previstas para 2020”.

“Este Orçamento emerge com a expressão mais sincera a nossa realidade, esta lei do Orçamento revela o princípio de um futuro promissor após o período de adversidades que enfrentamos como Nação no último ciclo governativo. É um orçamento que procura assegurar a alocação de recursos para acções de mitigação dos efeitos nefastos da covid-19 e permitir a realização de despesas indispensáveis para o normal funcionamento das instituições do Estado, assegurando a consolidação da paz e unidade nacional, o desenvolvimento do capital humano e social, o desenvolvimento de infra-estruturas sociais e económicas, a garantia de segurança alimentar e nutricional, o pagamento de salários numa conjuntura macro-económica mundial de crise financeira e de crise de saúde pública, entre outros”, acrescentou a antiga assessora do Presidente Filipe Nyusi.

Prevendo um crescimento da economia de 2,2 por cento enquanto o mundo está a entrar em recessão, sem incluir o dinheiro que o Ministério da Saúde precisa para conter e mitigar o novo coronavírus e nem mesmo fundos para apoiar o povo ou o sector empresarial o Orçamento de Estado, assim como o Plano Económico e Social, do 1º ano do 2º mandato de Filipe Nyusi não podia ser mais irrealista.

O @Verdade acredita que nos próximos meses o Executivo deverá pedir a Assembleia da República para voltar a reunir, as sessões plenárias foram interrompidas sine die devido a pandemia da covid-19, para os deputados do partido Frelimo enfrentarem a realidade e então aprovarem um orçamento rectificativo, quiçá já com acções e metas bem mais realistas.



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