Depois da megalómana ponte Maputo – Katembe o Governo de Filipe Nyusi parece ter abandonado a construção de pontes convencionais e vai desenrascar a transitabilidade em Moçambique. “Nós estamos a adquirir este ano pontes metálicas, num total de 66”, revelou o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, João Machatine.
Questionado pelos deputados da Comissão da Agricultura, Economia e Ambiente da Assembleia da República sobre o plano de construir apenas novas três pontes durante todo ano de 2020 o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, João Machatine revelou: “Nós estamos a adquirir este ano pontes metálicas, num total de 66 (com vão de 30, 40 e 60 metros), que iremos priorizar os locais onde a transitabilidade é determinante”.
Relativamente as pontes cuja construção foi interrompida e não tem data para ficarem concluídas João Machatine começou por explicar que “a ponte sobre o rio Save, construída há bastante tempo e com o andar do tempo os cabos que sustentam foram-se corroendo e a ponte foi perdendo a sua capacidade estrutural. O Governo em 2018 decidiu que era necessário construir-se uma ponte nova, para garantir a transitabilidade houve necessidade de diminuição da carga de 56 toneladas para cerca de 30 na ponte antiga. Isto iria permitir a transitabilidade e em simultâneo a construção da nova ponte. Tendo começado em 2018 a previsão era que terminasse 36 meses depois, ainda estamos dentro daquilo que é o período”.
“Nos finais do 3º trimestre do ano passado houve algum abrandamento devido a situações de ordem financeira, com os parcos recursos que tínhamos fizemos intervenção de emergência na Estrada Nacional nº1, entre Pambara e o rio Save e continuamos até Inchope e Caia. Isto teve um impacto no ritmo normal da construção da nova ponte e reabilitação da ponte antiga (sobre o rio Save). Acabamos por construir uma ponte metálica, entregue em Fevereiro para garantir, ainda que de uma forma condicionada, a travessia do rio (Save) e subimos de 35 para 45 toneladas a capacidade de carga a transitar”, argumentou.
Machatine disse ainda que “a ponte em reabilitação consiste na substituição de cabos que já foram importados, estão em Moçambique, e a qualquer momento iremos assistir a reposição para restituir a funcionalidade da ponte. No que diz respeito a ponte nova, tem um nível de execução de 26 por cento, podemos não ver, estamos a falar de uma ponte de quase 1 quilómetro e com capacidade de carga superior, as fundações já foram feitas, já foi feita a cabeça do maciço e alguns locais nós já vemos os pilares a emergir”.
“No que diz respeito a ponte sobre o rio Licugo, as pontes que tínhamos foram arrastadas pela cheias de 2015, desde lá para cá a ligação de Namacurra, Maganja, Mocubela e Pebane tornou-se num martírio obrigado uma volta grande por Mocuba e a mercadoria chega com problemas de preço e qualidade. Concebemos uma solução análoga a que foi feita no rio Save que é a construção de um plataforma metálica, claro que estamos a falar de um vão de quase 1,5 quilómetros dos 800 metros anteriores”, clarificou o governante.
O ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos detalhou que “é uma solução híbrida, nas secções de maior escoamento lançaremos peças metálicas, nas secções de menor escoamento vamos fazer os aterros de escoamento das águas até ligar as duas margens. Lançamos a primeira pedra no ano passado, iniciamos a terraplanagem das margens mas depois veio a época chuvosa e o rio subiu e vimos que estamos a fazer um trabalho que só iria beneficiar ao empreiteiro e prejudicar ao Governo pois iria cobrar por trabalho danificado pela subida das águas, e houve necessidade de interrupção. A subida do nível das águas alterou o traçado inicial porque o leito foi-se alargando e agora tivemos de ajustar o traçado e vai retomar em Maio”.
“Olhando para a duração de 12 meses a nossa estratégia é de Maio até Outubro atacarmos as componentes que poderão ficar comprometidas durante a época chuvosa e nessa altura será só fazer o assentamento dos tabuleiros”, prometeu João Machatine.
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