Desde meados de Março o preço do barril de petróleo baixou mais de 60 por cento, devido a guerra entre dois dos principais produtores mundiais, no entanto os preços da gasolina e do gasóleo permanecem inalterados em Moçambique desde Agosto de 2019. “Nem todas as variações de curto prazo (do preço do barril de Brent) são captadas”, explicou o ministro Adriano Maleiane.
Enquanto a covid-19 transformava-se numa pandemia global a Rússia e a Arábia Saudita, dois grandes produtores de petróleo, entraram num guerra de preço que culminou com quedas sucessivas dos preços do Brent que havia sido cotado em torno dos 60 dólares norte-americanos por barril durante todo o 2º semestre de 2019. No início de Abril o preço chegou mesmo aos 24 dólares, numa das maiores descidas desde 1991, durante a guerra do Golfo.
Em Moçambique os preços deveriam ser reajustados todos os meses, em função dos preço do barril nos mercados internacionais e do par metical por dólar norte-americanos, contudo desde Agosto que não são mexidos. Nas cidades com acesso directo ao mar o litro de gasolina custa 66,49 meticais, o gasóleo 63,51 meticais, o petróleo de iluminação 48,44 meticais, o gás de cozinha 63,26 meticais enquanto o gás natural comprimido para viaturas é vendido a 30,35 meticais.
Na passada sexta-feira (10) o ministro da Economia e Finanças foi questionado pelo deputado do Movimento Democrático de Moçambique, Fernando Bismarque, se com a baixa dos preços do barril de Brent o custo dos combustíveis iria baixar para os moçambicanos.
“O preço do combustível vai ajudar bastante mas como sempre acontece quando o preço baixa nós estamos com problemas da taxa de câmbio o que cria alguma perturbação”, começou por argumentar Adriano Maleiane .
Em audição pela Comissão do Plano e Orçamento da Assembleia da República o titular da Economia e Finanças recordou “quando o Orçamento de Estado foi elaborado a taxa de câmbio era de 62 (meticais por dólar norte-americano), agora está a 67, essa diferença de 5 meticais pelos hectolitros que são importados o impacto pode ultrapassar o efeito baixa do preço (do barril de Brent)”.
“Nós compramos por contrato à prazo, nem todas as variações de curto prazo (do preço do barril de Brent) são captadas, por exemplo o que estamos a consumir foi comprado há 2 meses, então eu não posso dizer aqui, olhando para estas duas variáveis e dizer que vai baixar”, concluiu o ministro Maleiane.
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