O director-geral do Instituto Nacional de Saúde (INS) revelou que um dos novos cidadãos moçambicanos diagnosticados com o novo coronavírus na Cidade de Maputo deu início a uma nova cadeia de transmissão sem nenhum relação com os trabalhadores da Total infectados em Moçambique. “Isto chama a nossa atenção para o facto de que as cadeias de transmissão podem ocorrer de forma invisível”, afirmou o Dr. Ilesh Jani. Chegaram ainda à capital moçambicana 210 casos suspeitos da covid-19 num voo de repatriamento proveniente de Portugal.
Falando em conferência de imprensa, no passado domingo (03), o Dr. Ilesh Vinodrai Jani revelou que não foi identificada a fonte, local ou importada, de um dos três casos positivos anunciados na sexta-feira (01).
“Nós sabemos que ele não está relacionado com Afungi porque causa das entrevistas que temos feito e do trabalho de rastreio que está curso, é um indivíduo que nunca esteve em Afungi, não trabalha em nenhum empresa que tenha relação com Afungi e neste momento decorre o processo de investigação epidemiológica para nós percebermos como é que este indivíduo ficou infectado”, declarou o director-geral do INS.
O Dr. Jani acrescentou que o novo infectado não tem histórico de viagem para o exterior, “isto chama a nossa atenção para o facto de que as cadeias de transmissão podem ocorrer de forma invisível, e por isso estão implementadas as medidas de nível 3 no nosso país, é fundamental que as pessoas percebam que uma parte significativa dos casos são com sintomatologia ligeira ou então são assintomáticos e portanto nós não sabemos quem está infectado pelo vírus e por isso preciso cumprir com as normas de distanciamento social e com as medidas de higiene que estão decretadas pelo Governo”.
Entretanto nesta segunda-feira nenhum novo caso de covid-19 foi diagnosticado em Moçambique, mantendo o cumulativo de 80 infectados, após a realização de mais 132 testes no INS a amostras colhidas nas províncias de Cabo Delgado, Nampula, Sofala, Gaza, Maputo e na Cidade de Maputo.
210 casos suspeitos da covid-19 provenientes de Portugal
Contudo a Directora Nacional de Saúde Pública divulgou que na noite deste domingo (03) “chegou a Maputo, um voo da TAP proveniente de Lisboa, que transportava 210 passageiros, dos quais 155 moçambicanos, 41 portugueses, dois turcos, um brasileiro, um britânico e dez são tripulantes”.
“Todos os 210 passageiros foram submetidos a um questionário de rastreio e colheita de dados. Adicionalmente foram colhidas amostras para testagem para covid-19”, declarou a Dra. Rosa Marlene que referiu ainda “que 26 são passageiros em trânsito para as províncias mas irão permanecer na Cidade de Maputo por pelo menos 48 horas, alojados, em quarentena domiciliar e em algumas unidades hoteleiras, onde estão a ser seguidos e, cumpridas rigorosamente todas medidas de prevenção”.
Relativamente ao estado serológico dos passageiros e se foram alvo de algum teste de despiste antes de partirem da capital portuguesa a autoridade médica disse que “a informação ainda está a ser trabalhada, o voo foi de madrugada. A maior parte dos viajantes são nacionais que estão nas suas residências sob controlo rigoroso para o cumprimento da quarentena”.
Respondendo a uma pergunta do @Verdade sobre a avaliação dos cidadãos em trabalho rotativo a Directora Nacional de Saúde Pública divulgou a existência de uma “ferramenta electrónica de auto-avaliação do risco”, acessível em https://riscocovid19.misau.gov.mz/, que recomendou dever ser usada também pelos Recursos Humanos das instituições que estão a implementar a rotatividade, “não é policiamento mas é bom para reforçarmos as medidas de transmissão da covid-19”.
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